Domingo, 14 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Dilma mais próxima do impeachment



Gabriel Bocorny Guidotti
Jornalista e escritor
Porto Alegre – RS (Brasil)
 
------------------------------
 
No início da histórica tarde de 17 de abril de 2016, os bastidores da política brasileira já indicavam: a Câmara aprovaria o juízo de admissibilidade para o prosseguimento do processo de impeachment. A decisão seria confirmada horas depois. No Planalto, assistindo a apuração acompanhada do ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff viu o início do fim de seu mandato.
 
Se houve crime de responsabilidade ou não, eis uma batalha jurídica que jamais terá fim. Décadas à frente, inúmeros livros ainda serão escritos sobre o assunto. O que fica desse momento na história do país é que a esmagadora maioria da Casa do Povo optou pelo impeachment de Dilma. Tamanha massa se unificando em prol da queda de um governo? Onde há fumaça, há fogo.
 
Não pretendo, aqui, avaliar os aspectos constitucionais da decisão da Câmara. Pretendo, sim, entender os motivos que levaram o PT a esse estado lastimável. O partido que tirou milhões de pessoas da miséria parece ter pedido o compasso. O impeachment não começou de fora para dentro. Começou de dentro para fora. A sigla perdeu correligionários, esvaziou alianças e viu escapar tanto guarida política quanto popular.
 
O país não está dividido. De acordo com as últimas pesquisas de grandes jornais, ao menos 60% dos entrevistados apontaram vontade pelo impeachment. Tal vontade foi incorporada pelos representantes na Câmara. Basicamente, apenas o PT, outros partidos de esquerda, e o PDT apoiaram a manutenção do governo. Número insatisfatório. O desespero da última sexta-feira, na qual o Diário Oficial amanheceu gordíssimo em nomeações, não surtiu efeito. Dilma perdeu a governabilidade e Câmara tratou de fazê-la perder o governo.
 
Cabe ao Senado a decisão final, que provavelmente votará em favor do impeachment. Ao PT cabe uma reflexão. O vício pelos privilégios enterrou o partido bem-intencionado que assumiu o Planalto em 2002, nas mãos de Lula. De alguns anos para cá, aquela chama foi se apagando aos poucos. Tempos difíceis virão. O povo deverá estar preparado para novas mazelas políticas. Resta-nos a esperança, esta sim impassível de impeachment.

Gente de OpiniãoDomingo, 14 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Uma herança maldita que o governo Rocha deixará para seu sucessor

Uma herança maldita que o governo Rocha deixará para seu sucessor

Se você está entre aqueles que acham que o governo Marcos Rocha deu passos importantes na execução de programas e projetos que contribuíram de algum

A decisão de emergência da UE sobre ativos russos exige vigilância do cidadão

A decisão de emergência da UE sobre ativos russos exige vigilância do cidadão

Introdução: Um Precedente PerigosoA recente decisão da União Europeia de manter imobilizados os ativos do Banco Central da Rússia, baseada numa cl

Segredo no rombo do Master: STF proíbe os brasileiros de saberem detalhes e nomes de quem nos roubou

Segredo no rombo do Master: STF proíbe os brasileiros de saberem detalhes e nomes de quem nos roubou

         Realmente, estamos vivendo tempos tenebrosos, governados por magistrados das cortes superiores, todos sem um só voto popular e que tomam de

Uma corrida para a qual todos os atletas se dizem preparados, mas só dois cruzarão a linha de chegada

Uma corrida para a qual todos os atletas se dizem preparados, mas só dois cruzarão a linha de chegada

Bruno Scheid, Fernando Máximo, Mariana Carvalho, Marcos Rocha, Fátima Cleide, Marcos Rogério e Silvia Cristina. Esses seriam alguns nomes ao Senado

Gente de Opinião Domingo, 14 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)