Quinta-feira, 11 de outubro de 2012 - 06h44
João Baptista Herkenhoff
Como disse Maria Esther Maciel, “todo colunista se vê, às vezes, às voltas com a escassez ou o excesso de assuntos. Ora não sabe sobre o que escrever, ora não consegue escolher, entre várias opções, o assunto do dia. Fica, assim, à mercê da instabilidade das horas, dos acontecimentos e de seus próprios estados de espírito. O que não deixa de ser um bom assunto para os momentos de falta de assunto.”
Estou sendo aturdido hoje pelo excesso de temas, todos relacionados com dias comemorativos: Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher, 10 de outubro; Dia Nacional do Deficiente Físico, 11; Dia da Criança, 12.
Comecemos pelo Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher. Parece-me que a violência contra a mulher carrega um substrato psicológico que a precede: a ideia de superioridade do homem. Se o homem é superior, ele tem o direito de mandar, exigir, submeter, cabendo à mulher o dever de aceitar sua inferioridade. Se a mulher resiste a essa subordinação não resta ao homem outra alternativa senão impor sua vontade à força. A Constituição determina que homens e mulheres sejam iguais, mas a realidade social está longe desta estipulação.
No Dia Nacional do Deficiente Físico fixemos nossa atenção numa categoria de deficiente, o surdo-mudo. A mudez é quase sempre oriunda da surdez, mas pode ter outras causas. Antigamente, o surdo-mudo contava apenas com o recurso dos sinais para exprimir o pensamento. O pedagogo belga Herli criou um método que consiste em captar a palavra do interlocutor através da observação dos lábios que a transmitem. A educação do deficiente deve ser uma prioridade ética.
Vamos agora refletir sobre o Dia da Criança. Podemos julgar uma sociedade pelo zelo que essa sociedade tem para com a criança. Brecht, na peça “O Círculo de Giz”, figurou a disputa pela guarda de uma criança. A mãe que puxasse primeiro a criança para fora do círculo ganharia a causa. Mas uma das mães soltou o braço da criança para que ela não se machucasse. A essa Mãe foi confiada a guarda porque “pessoas e coisas devem pertencer a quem lhes tenha amor”. Por meio de uma figuração geométrica, Brecht consagrou o direito ao amor como o maior direito da criança.
João Baptista Herkenhoff é professor da Faculdade Estácio de Sá do Espírito Santo e escritor. E-mail: jbherkenhoff@uol.com.br Homepage: www.jbherkenhoff.com.br Autor de: Curso de Direitos Humanos (Editora Santuário, Aparecida, SP).
A população aguarda uma resposta da CMPV sobre vazamento de áudios
Passados treze dias desde que alguém gravou e jogou na internet trechos de diálogos entre vereadores e um dos membros da equipe do prefeito Léo Mora
Humanismo Integral Geopolítico
Complementaridade contra Imperialismos de Esquerda e Direita A civilização ocidental assemelha-se hoje a um Filho Pródigo obstinado, que, seduzido
Das Verdades que nos governam à Verdade em que vivemos: Entre Sombras e Luz Vivemos rodeados de verdades. Umas são-nos impostas, outras somos nós qu
Era para ser apenas mais uma reunião secreta como muitas já realizadas entre vereadores da Câmara Municipal de Porto Velho se alguém não tivesse gra