Sábado, 8 de outubro de 2016 - 07h13
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Mozart Neves Ramos*
No próximo dia 2 de outubro, o País elegerá seus novos prefeitos para os próximos quatros anos. A expectativa é que haja uma grande renovação nos quadros atuais, com mais de 70% de troca. Os novos mandatários municipais irão assumir num cenário muito difícil da vida política e econômica brasileira. Mas não menos difícil no campo da Educação, levando-se em conta os últimos resultados divulgados pelo Ministério da Educação, relativos ao Ideb 2015 (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). A restrição orçamentária será significativa para demandas crescentes em relação à Educação Infantil, tanto em relação ao acessoa creche e pré-escola, quanto no que se refere à qualidade do ensino. E isto passa pela valorização do professor.Por isso,o atual cenário vai exigir, como nunca dos futuros prefeitos, foco nos gastos, planejamento e saber fazer a escolha correta do secretário de Educação.
É indiscutível que os primeiros anos são determinantes para o futuro dos indivíduos, e não apenas em termos de desempenho escolar, mas também em uma série de indicadores como renda, bem-estar e redução de envolvimento em atividades de risco – como criminalidade e drogas. Mas ainda falta o País ampliar o acesso à creche e a pré-escola, especialmente para as crianças de mais baixa renda.A título de exemplo, o déficit de creches numa cidade como São Paulo chega a ser superior a 100 mil vagas.
Não obstante a melhora nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, única etapa da Educação Básica em que o Brasil vem apresentado bons resultados – e cuja oferta é de maior responsabilidade dos municípios – ainda temos problemas de equidade. Um levantamento recente feito pelo Instituto Ayrton Senna mostrou que, nos últimos dez anos, mais que dobrou a diferença de desempenho entre os alunos mais ricos e mais pobres, considerando as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. São dados que dão a dimensão do desafio que o País ainda tem na oferta de uma educação de qualidade e com equidade para todos.
O enfrentamento deste desafio passa por uma escola com educação integral, uma escola que promova o desenvolvimento dos alunos não só no aspecto cognitivo – vinculado à aprendizagem escolar –, mas também o desenvolvimento das chamadas habilidades para a vida, como criatividade, pensamento crítico, trabalho colaborativo e abertura ao novo, entre outras.
Os novos prefeitos precisam preparar as nossas crianças para o século 21 e, assim, romper com uma escola que ainda está no século 19.
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*Mozart Neves Ramos é diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna. Foi reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), secretário de Educação de Pernambuco (2003-2006), presidente do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e também foi presidente do Todos Pela Educação (2007-2010).
[Fonte: IstoÉ]
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