Sábado, 14 de março de 2015 - 19h03
Professor Nazareno*
Com a recente divulgação da lista de Rodrigo Janot, procurador geral da República, enumerando uma penca de políticos brasileiros envolvidos em maracutaias e roubalheiras na Petrobras e que estão sendo investigados na Operação Lava-Jato da Polícia Federal, vem-nos à mente, numa grosseira comparação atemporal, outra famosa relação em tempos de Nazismo: a lista de Schindler, um empresário alemão que salvou do Holocausto centenas de judeus poloneses ao empregá-los em sua fábrica. Em sua famosa lista, todos eram inocentes e por “colaborarem” com o esforço de guerra nazista, foram salvos da morte certa. Já a lista do Brasil além de ser menos cívica, demonstra a bandalheira e “a casa da mãe Joana” em que está se transformando o nosso país sob a desastrada e já desgastada administração dos companheiros petistas.
Mas todos os envolvidos na relação brasileira juram de “pés juntos e mãos postas” que são inocentes e que não fizeram absolutamente nada para justificar os seus nomes nela. Ironia das ironias ou sinal dos tempos? Enquanto muitos queriam participar da primeira lista, ninguém daria um único vintém furado para constar da segunda. O fato é que a Petrobras, outrora uma das maiores empresas petrolíferas do mundo, é hoje uma tênue sombra do que fora no passado recente. Vários partidos políticos como o PT, o PP e o PMDB além de outros têm integrantes citados por Rodrigo Janot. De ex-presidentes da República, passando por governadores de Estado, senadores, deputados federais e até cidadãos comuns, são muitos os que se associaram criminosamente para dilapidar o patrimônio de uma das mais conhecidas e rentáveis empresas brasileiras.
A situação política do Brasil é hoje insustentável e também vergonhosa sob todos os pontos de vista. Corrupção sempre houve em nosso país e não vai parar tão cedo por mais que se tente combatê-la, mas se a Justiça prevalecer, e tomara que prevaleça mesmo, talvez haja mudanças em Brasília. Porém, os antecedentes nesta área são desanimadores. Anões do orçamento, privataria tucana, Mensalão e tantos outros escândalos políticos e econômicos não deram em nada e por isso praticamente já não nos assustamos mais com outra vergonha nacional, o Petrolão. Dizem que a ordem vem depois do caos, mas parece que estamos vivendo a ordem, o caos virá depois. Percebe-se que nuvens negras estão pairando no horizonte da nossa frágil democracia. E como não poderia deixar de ser, “Roubônia” também está na lista de Janot: dois nomes.
O nosso Estado, por exemplo, está sem governador há quase uma semana. O titular do cargo foi cassado pelo TRE. Mas o nosso caos não é por estar sem comando uma vez que muitas pessoas afirmam categoricamente que“o Estado até ficou melhor agora, já que ninguém está mandando em nada”. E as perspectivas também não são nada animadoras no meio político local: se Confúcio Moura não voltar a nos governar, Expedito Júnior assume o comando do Estado. Caso contrário, quem está na ordem da sucessão estadual é Jaqueline Cassol, seguida pelo Padre Ton e finalmente Pimenta de Rondônia. “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Oskar Schindler devia recriar uma nova lista para Rondônia. E já que todos são inocentes mesmo não teria problema algum. Ou será melhor fazer como o vice-governador da Bahia, João Leão, citado na lista de Janot, que disse que “estava cagando e andando para os cornos”?
*É Professor em Porto Velho.
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