Segunda-feira, 8 de dezembro de 2014 - 12h20
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Professor Nazareno*
“Ficar rico sempre foi o meu pensamento. Principalmente sem trabalhar muito, sem suar feito um condenado. Ficar rico à custa da coisa pública, do dinheiro dos impostos, das benesses do Estado e dos governos corruptos sempre foi o meu maior objetivo. E num país onde as pessoas não dão muita importância para o que é de todos é melhor ainda. E é fácil seguir este roteiro no Brasil, onde o Estado é o pai de muita gente e está sempre disposto a ajudar somente aqueles que não precisam dele. Sempre quis ficar rico e desfrutar junto com os meus familiares de todas as mordomias que o dinheiro, sujo ou não, pode proporcionar num mundo cada vez mais consumista. Por isso, meu pensamento sempre foi fazer de tudo para atingir esses objetivos. Nunca me preocupei com os meios porque o mais importante nesta empreitada são os fins.”
“Sempre achei normal ser ladrão. Não aquele ladrão barrela, pobre e pé de chinelo. Por isso, a primeira coisa que fiz foi comprar um paletó e uma gravata. Esse tipo de vestimenta impressiona muitas pessoas. Ladrão pobre, o que rouba pequenas quantias, se veste mal e é odiado pela polícia, pelo povo e pelo Estado. Quando um policial fuzila um desses bandidos pobres a comoção é geral. A população em peso bate palmas, transforma esse policial em herói e condena o infrator. Para a maioria dos brasileiros, perdão é só para os que roubam milhões, bilhões. De fato, por causa de 20 centavos o povo saiu às ruas e se cala com os bilhões roubados da Petrobras. Por isso, roubar, quer dizer, desviar verbas públicas, sempre foi um bom negócio nesta nação de ninguém. Basta entrar na política. Aqui, os políticos corruptos são os mais amados.”
“Quanto mais ladrão e desonesto, mais votos recebe do povão, já que ninguém pesquisa a vida de político. Nunca me emociono quando dizem que o dinheiro que ‘desvio honestamente’ mata pessoas pobres nos hospitais públicos. Se estas pessoas carentes estivessem sofrendo tanto não votariam em mim nem nos candidatos que indico em todas as eleições. Eu não tenho plano de saúde, tenho dinheiro, e muito, para contratar médicos particulares a hora que eu quiser. Então, por que vou me incomodar com pobres morrendo em chão frio de hospitais? Meus filhos serão importantes também, pois estudam nas melhores escolas. Escola pública é para pobres. Com muita grana, o mundo se ajoelha a meus pés. Compro a mídia e sempre dou entrevistas em horário nobre. Mando fazer propagandas mostrando minhas virtudes e todos acreditam.”
“Neste país vale a pena desviar dinheiro público. Ladrão pobre vai direto para a cadeia e cumpre a pena. O corrupto é outra coisa. Tenho é cadeias de televisão para me entrevistar e muitos seguidores para me bajular. Se desviar, por exemplo, dez milhões de reais, gasto dois com os melhores advogados, que já estão esperando para me defender, passo dez ou quinze dias preso e depois saio normalmente para desfrutar do que sobrou. Não devolvo um único centavo para ninguém. O crime compensa, sim. Pelo menos no Brasil e em Rondônia mais ainda. Mas não esqueça: primeiro entre numa religião, qualquer uma delas, todos acreditarão que você é um homem santo. Leia a Bíblia e distribua migalhas que o sucesso será garantido. Dispute o pleito por qualquer partido e depois de eleito você será diplomado sem problemas. Depois governe para ‘o bem’ de todos aqueles que sempre acreditaram em suas promessas de felicidade geral.”
*É Professor em Porto Velho.
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