Segunda-feira, 7 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Cem dias de nada - Por Professor Nazareno


Cem dias de nada - Por  Professor Nazareno - Gente de Opinião


Professor Nazareno*

Há aproximadamente cem dias à frente da prefeitura municipal de Porto Velho, o “prefeito sem salário” Hildon Chaves do PSDB ainda não disse a que veio. A capital dos rondonienses continua o caos e o inferno que sempre foi. Praticamente nada mudou por aqui. A cidade das hidrelétricas caminha com o seu triste destino de ser a pior cidade para se viver dentre as capitais do país. O Instituto Trata Brasil insiste em desnudar com números o Holocausto que nós habitantes somos obrigados a viver diariamente. Esgotos continuam rotineiramente a correr a céu aberto mostrando o desleixo e a inércia das autoridades para resolver o problema. Água tratada ainda é um artigo de luxo nesta cidade amazônica, onde chove quase que diariamente e que é banhada por um dos maiores rios de água ainda potável do mundo. O inferno é aqui.

Hildon Chaves, o pernambucano que se elegeu prefeito dizendo não ser político, ainda não trouxe nenhum alento para os porto-velhenses. Já há boatos entre os seus quase 150 mil eleitores de que se as eleições fossem hoje, não votariam mais no tucano. A decepção com a nova administração de Porto Velho veio mais rápida do que com o seu antecessor, o lento Mauro Nazif. Assim, a maldição sobre a podre e suja capital rondoniense continua sem tréguas. Nestes 102 anos de história, entra prefeito e sai prefeito e os problemas insistem em infernizar a vida dos moradores. O trânsito continua caótico, as ruas enlameadas e as alagações não dão sossego principalmente nas periferias imundas da capital. O verão se aproxima e com ele a sufocante fumaça das queimadas e a poeira infecta das ruas esburacadas darão brevemente o ar da graça.

Questionado sobre sua primeira ação assim que empossado, Dr. Hildon, “o prefeito sem salário”, relatou que iria avaliar a situação da prefeitura para depois iniciar as ações. "Precisamos avaliar a prefeitura para poder decidir que atitude tomar”, disse há três meses. Não fez uma coisa nem outra. E se avaliou a situação, nenhuma providência tomou para melhorar a nossa vida. Qual a diferença, por exemplo, que se percebe na cidade nestes últimos 100 dias? NENHUMA. O lixo espalhado nas calçadas é o cartão postal de sempre. Merda boiando a céu aberto no meio da rua durante as chuvas é uma constante. A rodoviária continua com seus banheiros infectos para receber os poucos visitantes que ainda se arriscam a vir para cá. As obras inacabadas espalhadas pelos quatro cantos da capital sequer foram citadas pela nova administração da cidade.

Qual a novidade, então, que o novo prefeito de Porto Velho fez até agora que qualquer administrador “meia boca” não faria melhor? Criar quase dois mil cargos comissionados e avançar na calada da noite contra direitos dos servidores municipais como a extinção dos quinquênios certamente poucos administradores de bom senso fariam. Até os semáforos que a administração anterior deixou estão em alguns cruzamentos com a contagem já danificada. O trânsito não melhorou, a escuridão piorou, a sujeira campeia, os igarapés continuam podres e pior: a autoestima dos moradores está um caos também. O prometido choque de gestão do início virou “choque digestão”. Então, Hildon Chaves, “o prefeito sem salário”, é uma fraude, um embuste, uma farsa? Ora, se nem ele mesmo acreditava que pudesse ganhar as eleições, como os tolos eleitores podem querer agora alguma benfeitoria em apenas cem dias?

*É Professor em Porto Velho.

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 7 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

 Hospital Municipal: quando teremos?

Hospital Municipal: quando teremos?

Faz tempo que essa promessa de novos hospitais públicos para Porto Velho está na fila de espera. Na condição de um dependente do Sus, desde que isso

Mais deputados para quê?

Mais deputados para quê?

Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou o número de vagas no parlamento, passando de 513 para 531. Num país efetivamente sério mais representan

Votação do IOF expôs fragilidade da base do governo Lula no Congresso

Votação do IOF expôs fragilidade da base do governo Lula no Congresso

Quarta-feira (25), o Congresso impôs mais uma derrota ao governo do presidente Lula derrubando o Decreto que aumentava o IOF. O governo perdeu mais

Roubalheira no INSS -apenas mais um escândalo

Roubalheira no INSS -apenas mais um escândalo

O esquema que desviou bilhões de reais de contas de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) foi apenas mais um

Gente de Opinião Segunda-feira, 7 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)