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Bordejo de Carnaval – II


Bordejo de Carnaval – II

(os novos blocos)

 

Por: Altair Santos - Tatá (*)

 

Na semana que passou, fomos contatados por várias pessoas que estiveram na Fundação Iaripuna, interessadas em inscrever seus blocos no carnaval de 2007. Duas propostas, em particular, nos chamaram a atenção por se afinarem com a irreverência e a alegria, quesitos básicos na festa popular e que, certamente, em muito contentariam o festivo Zé Pereira, afamado como o Rei da Folia.

A professora Lúcia Tenório (nossa particular amiga e comadre), tramitou o registro do Bloco denominado Saio do 4 - Volto de 4 (do bairro 4 de janeiro). Arte da camiseta em punho, a foliã Lúcia discorreu sobre a agremiação, a concentração, o panelão de caldo, o desfile e outras particularidades. Ouvimos atentamente a explanação e não deu pra segurar: fomos acometidos de uma incontida seção de risos, ante ao engraçado, bem humorado e sugestivo nome do bloco, assim como, pelo divertido desenho que ilustrará a camiseta.

Depois, ficamos assim, reflexivos e felizes pelo fato de, em tempos de esquisitos modismos culturais, ainda existirem pessoas que lançam mão da possibilidade de promoverem a cultura popular nos eixos comunitários, reunindo amigos para a brincadeira descontraída, leve, solta. Quem quiser se divertir no bloco, poderá optar, (ao singelo preço de R$ 20,00), pela aquisição do kit que é composto de 1 camiseta, 1 camisinha e 1 engov. Se a proposta do nome do cordão for levada a sério, ao plano de como será estampado no peito e costas da camiseta, dificilmente o kit será usado no todo (aí by, by camisinha e engov). Primando pelo carnaval tradicional de marchinhas e sambas, o bloco será animado por uma bandinha que tocará no chão, sem aparato eletrônico.

A outra boa idéia é a criação do Bloco Até Que Noite Vire Dia, organizado pelo Benjamin Mourão e outras pessoas da comunidade do bairro do Mocambo (ali atrás do muro do Cemitério dos Inocentes). Na sexta-feira, fomos visitar o primeiro ensaio do bloco e ficamos maravilhados com o que vimos. A comunidade em peso participou do evento, lotando a Praça de São José, (santo padroeiro do bairro.) Um grupo formado por jovens pagodeiros, dava as cartas, luxuosamente auxiliado pelo sambista Carlinhos Maracanã, que não poupou o público, e desfraldou um repertório com muitos de sambas da Portela.

Enquanto a numerosa e participativa se deliciava com show, diretores do bloco se dividiam entre rápidas sambadinhas (ao redor das mesas) e providências, pra ver se tudo estava correndo bem. O histórico bairro do Mocambo, famoso reduto de bambas e boêmios de outrora, voltou a reinar no cenário da cidade, pelas mãos de seus moradores e pelo envolvente matiz da cultura popular.

Que bom! ver as comunidades redescobrindo o valor das manifestações culturais e espontâneas. Melhor ainda, é vê-las promovendo a inclusão social, redesenhando, em favor das pessoas, possibilidades de valorização, interferindo positivamente em suas vidas.

 

(*) o autor é músico e vice-presidente da Fundação Iaripuna

tata.anjos@bol.com.br

 

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