Quinta-feira, 2 de abril de 2015 - 18h41
Professor Nazareno*
Como nação soberana, o Brasil sempre foi uma grande porcaria. Desde o seu fatídico e mal explicado descobrimento em 1500 pelos portugueses, passando pela Independência três séculos depois e pela Proclamação da República, que o nosso país é motivo de piadas e vergonha nas palestras internacionais. É seguramente hoje um dos piores lugares do mundo para se morar e viver dignamente. Pouca coisa aqui tem valor. É a terra do “jeitinho” e do improviso. Esta dura realidade nunca foi novidade para ninguém. A grande novidade, no entanto, é a mentalidade esdrúxula e medieval que insiste em nos bater à porta sempre que situações mais complexas aparecem na nossa triste realidade. A atual discussão sobre a diminuição da maioridade penal de 18 para 16 anos nos coloca como a piada da vez nas mais importantes instituições mundiais.
Na contramão do pensamento mundial e remando contra a maré em relação à opinião pública de nações civilizadas, alguns políticos brasileiros, isso mesmo: “políticos”, que em conluio com setores mais conservadores e patéticos da população alienada e movidos principalmente por seus próprios interesses eleitoreiros “rasgam e pisoteiam” descaradamente a nossa Constituição e dão início a um dos piores retrocessos sociais de que se tem notícia neste século: querem diminuir a idade penal dos nossos jovens em pelo menos dois anos com o único propósito de puni-los. Como se não bastassem as estúpidas faixas pedindo a volta dos militares golpistas, eis que agora a nação se vê garroteada pela mesma mentalidade medieval, covarde e anacrônica que já devia ter sido extinta do nosso meio. Quem nunca deu nada agora quer punir.
Diminuir a idade penal dos jovens é atacar a consequência e não a causa do problema, aliás, coisa típica de quem não tem massa encefálica. A nossa violência é proporcionada em mais de 98 por cento pelos adultos. É preciso questionar quais são as causas dessa violência e atacá-las com inteligência e políticas públicas pertinentes. Aprovar esta estupidez sem proporcionar debates esclarecedores entre a população é voltar à Idade Média. Em vez de fazer esta loucura, o governo deveria investir em educação de qualidade e em políticas sociais para proteger os jovens e diminuir a vulnerabilidade deles ao crime. No Brasil, segundo dados do IBGE, 486 mil crianças entre cinco e treze anos eram vítimas do trabalho infantil em todo o país em 2013. No quesito educação, temos mais de 13 milhões de analfabetos acima dos 15 anos de idade.
Além do mais, a redução da maioridade penal só vai afetar, preferencialmente, jovens negros, pobres e moradores de áreas periféricas, na medida em que este é o perfil de boa parte das pessoas que estão presas. Os filhos da elite e dos próprios políticos, como sempre, ficarão de fora. “Cadeia não educa ninguém” e a violência não diminuirá. Estudos mostram que mais de 72% da população carcerária brasileira é composta por negros, pobres e analfabetos. Mas quem se preocupa com números estatísticos neste país? Com toda esta sandice, só falta agora aprovarem a pena de morte, perseguir os intelectuais, poetas, professores, ateus, artistas e criarem os tribunais inquisitórios para queimar vivo quem discordar de qualquer ideia oficial. E tudo isso com a devida aprovação de parte da população idiota e sem leitura de mundo que sempre vota nestes mesmos maus políticos e é maioria no Brasil. Estamos na Idade Média e fritos, de novo.
*É Professor em Porto Velho.
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