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Crônica

Reflexões cirúrgicas (3)


Reflexões cirúrgicas (3) - Gente de Opinião

A morte de um paciente, de algum modo, “mata” algo do médico que o trata, se ele for um médico como deve ser.

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É lamentável ver paciente processando cirurgião após ter sido submetido à complexa cirurgia de urgência, quando corria risco iminente de morrer, apenas por ter ficado com cicatriz inestética, quando deveriam ser gratos por lhe ter salvado a vida.

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Na urgência cirúrgica, a prioridade é para a vida, mas um bom cirurgião também faz o possível para alcançar um resultado estético.

Primeira operação com anestesia pelo éter – 16.10.1846,  Robert C. Hincley, 1893 – Boston Medical Library  - Gente de Opinião
Primeira operação com anestesia pelo éter – 16.10.1846, Robert C. Hincley, 1893 – Boston Medical Library

O cirurgião, durante uma videolaparoscopia, jamais deve se furtar de incisões maiores, em nome da segurança do ato operatório.

O cirurgião tem que ser estudioso, pois, nas situações de urgência, não terá tempo para consultar livros.

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O amor pela cirurgia é incurável e altamente contagioso para aqueles que a abraçam com o coração.

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O cirurgião tem que ser decidido pois seu atraso poderá significar o mau resultado e, até mesmo, a morte do enfermo.

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Os pacientes mais graves engrandecem o trabalho e o aprendizado do cirurgião.

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Aqueles médicos que, quando jovens se esquivam de pacientes complicados, estão fadados a ter uma velhice de estresse.

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O mais ou menos não existe em cirurgia. Se estiver malfeita, o cirurgião deverá voltar atrás e fazer corretamente o que precisa ser feito.

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O cirurgião tem que ponderar os limites e as interrogações quando tem sob sua égide a vida do outro.

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Nenhum convênio ou seguro saúde pode tolher a liberdade do cirurgião em razão de redução de custos porque, se o fizer, está cometendo um crime de lesa-humanidade.

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