Domingo, 23 de novembro de 2025 - 08h05

Ao ler: " Uma
Campanha Alegre", de Eça de Queiroz, encontrei passagem escrita, em junho
de 1871, em que o escritor explica como se escolhiam os deputados do seu tempo.
Por ser interessante, e bastante curioso, translado, para o leitor poder
avaliar - segundo Eça, - como eram escolhidos os políticos, no seu tempo:
O Governo, pois, “nomeia”
os seus deputados. Estes homens são, naturalmente e logicamente, escolhidos
entre amigos dos ministros. Por dois motivos:
1º - Porque a amizade
supõe identidade de interesses, confiança inteira.
2ª - Porque sendo a
posição de deputado ociosa e rendosa, é consoante que seja dada aos amigos
íntimos - aqueles que vão ao enterro dos parentes e trazem o pequerrucho da
casa às cavalitas
" Os amigos dos
ministros são, naturalmente, os primeiros escolhidos. Para completar o número
de uma maioria útil, estes amigos, mais em contacto, indicam depois outros,
seus parentes que procuram colocar, ou seus aderentes que querem utilizar:
- "Tu não tens
ninguém pelo círculo tal? - Pergunta X ao ministro seu íntimo.
- " Não."
- " Espera! Tenho
um primo. O pobre rapaz tem poucos meios, é pianista. Mas é fiel como um cão.
Um escravo! Posso dizer ao rapaz que conte com a coisa?" - " Podes
dizer ao rapaz."
O leitor alheio às
lides políticas. pode, perfeitamente pelo texto, como em 1871, os
representantes do povo - que ocupavam as cadeiras da Casa da Democracia e
deambulavam pelos Passos Perdidos, eram escolhidos; e ainda conhecer o valor e competência,
que possuíam, para debater: leis e o Governo da Nação.
Pergunto agora: Como
são escolhidos os atuais? Pelo grau académico? Pela honestidade? Pela conduta? Pelos
largos conhecimentos que possuem? Defenderem,
intransigentemente, a ideologia que dizem acreditar? Ou ainda, pela crença que
professam ou dizem professar, e pela qual foram batizados?
Não sei. Saberá o
leitor?
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