Terça-feira, 14 de outubro de 2025 - 14h12
Eu
tinha um amigo, generoso e leal, que com magoa citava a cada passo, o conhecido
adágio: " A casa dos pais é sempre a dos filhos; mas, a destes pode ser
ou não."
Reformado,
recolheu-se à terra natal, cultivando o quintal da casa, que construiu com amor
e sacrifício. Andava, de fisionomia, sempre alegre; mas, sabe-se lá, a tristeza
que residia no âmago do coração.
Um
dia, ao podar árvore frutífera, caiu, estatelou-se. Foi para o hospital. Andou
em cadeira de rodas, mas conseguiu recuperar, graças à fé inabalável.
Depois...faleceu-lhe
a mulher. De início andava de filha em filha, acabando, a residir com a mais
velha – talvez por possuir melhor condição financeira, – que cuidou dele com
carinho e amor.
Dias
antes do acidente, que o vitimou, encontrei-o em companhia da filha, numa
confeitaria gaiense. Verifiquei, então, a dedicação e a ternura como era
tratado.
Infelizmente
nem todos os idosos têm igual sorte. A maioria dos progenitores são estorvos,
que não permitem, aos filhos, viajarem e levarem vida folgada.
Terminam
– em geral, – o crepúsculo da vida, num lar. Se possuem posses, acolhem-se em
hotéis, onde nada lhes falta; carinho, amor e alimentos bem confecionados; mas,
caso contrário, são depositados em asilos.
Conheci
idoso Bragançano, que me confessou, no lar em que vivia:" De início
estranhei. Reparto o quarto com dois companheiros do infortúnio. Como sou cego,
acomodei-me.…, mas sentia não ter privacidade. Depois... acostumei-me."
Também
conheci filha, que tratou o pai, com grande ternura e extrema dedicação. Certa
ocasião resolveu ausentar-se, de ferias. Pediu aos irmãos para o receberem
durante esse período. Nenhum o queria: porque a casa era pequena ou por exercerem
atividades incompatíveis.
A
não ser as beneméritas Misericórdias, quase ninguém se lembra dos idosos pobres
e remediados.
Os
Municípios pensam apenas erguerem lares para estudantes e turistas, mas olvidam
sempre construírem Casas de Repouso para naturais e residentes, no concelho
Porquê?
Os velhos ficam dispendiosos e pagam – quando pagam, – mal. As reformas são
insignificantes, em geral. Os que auferem rendimentos elevados, e reformas chorudas,
hospedem-se em hotéis… ou não lhes falta quem os queira em sua casa...
Mas
os pobres e remediados, quem cuida deles, mesmo conhecendo o preceito
evangélico?
Fala-se de paciência como se fosse um adorno moral, uma virtude de vitrine. Mas, no íntimo da vida real, ela é mais do que palavra repetida em sermõ
Conhecem os políticos as dificuldades do povo?
Durante o tempo que fui redator de publicação local, e realizei várias entrevistas a figuras notáveis.Certa ocasião, entrevistei conhecida deputada.
Crônica do futuro nuclear brasileiro
"A nova era nuclear: uma etnografia da retomada do programa nuclear brasileiro — ou uma crônica do futuro". Este sugestivo título da tese de doutora
"Isso é em Portugal e na Europa!..."
Estando na companhia amiga de meu cunhado, a almoçar suculenta feijoada brasileira, onde não faltava boa farofa, couve guisada e abundante carne, tu