Quarta-feira, 10 de setembro de 2025 - 17h38

Fala-se de paciência como se fosse um adorno moral,
uma virtude de vitrine. Mas, no íntimo da vida real, ela é mais do que palavra
repetida em sermões e conselhos de ocasião. A paciência é uma disciplina árdua,
um ofício secreto que só o tempo ensina.
Esperar não é difícil; difícil é esperar sem se
consumir por dentro, sem deixar que a pressa corroa a alma. Paciência não é
apenas ficar parado, é manter a dignidade em pé. É como plantar uma semente: o
impaciente cava a terra todo dia para ver se já brotou; o paciente rega,
confia, sabe que a vida tem o próprio calendário.
Vivemos num mundo que celebra a velocidade:
mensagens instantâneas, entregas em poucas horas, respostas imediatas. Nesse
cenário, a paciência se torna quase uma raridade. Ser paciente é andar contra a
corrente da ansiedade coletiva. É recusar o frenesi, mesmo que o mundo inteiro
bata o pé exigindo rapidez.
Os sinais de quem possui paciência não são de
inércia, mas de domínio. Essa pessoa não interrompe, não atropela, não se fere
com as setas do tempo. Aprende que a palavra que cala pode ser mais incisiva do
que a resposta rápida. Aprende que a espera é menos um túnel escuro e mais uma
sala de preparo.
Paciência não é submissão. É firmeza que não se
dobra. É saber que até as marés obedecem a um compasso que ninguém apressa. É
aceitar que a uva só se faz vinho após maturar no seu tempo certo.
Por isso, a paciência não se mede pelo relógio, mas
pela alma. Quem a possui, caminha sem algemas invisíveis, olha o horizonte sem
fúria, aceita o que não pode mudar sem se reduzir.
No fundo, paciência é a arte rara de esperar sem se
desfigurar por dentro. É a joia do espírito lapidada no atrito da vida.
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