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Alimentação saudável para mulheres: o que você precisa saber

Descubra como ter uma alimentação saudável para mulheres, com dicas práticas para cuidar do corpo e manter o equilíbrio em todas as fases da vida.


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Cuidar da alimentação é uma das formas mais poderosas — e muitas vezes subestimadas — de promover saúde e bem-estar ao longo da vida. Para as mulheres, esse cuidado vai além de contar calorias ou seguir dietas da moda: envolve conhecer as necessidades do próprio corpo, entender as variações hormonais, respeitar os sinais internos e adaptar escolhas alimentares conforme as fases da vida.

A verdade é que não existe uma única forma certa de se alimentar bem. O que funciona para uma mulher pode não funcionar para outra, e tudo bem. O importante é construir uma rotina alimentar que seja equilibrada, realista e que esteja alinhada com o seu estilo de vida, suas prioridades e seus objetivos de saúde. Nutrir-se é, antes de tudo, um ato de respeito com o próprio corpo.

Pensando nisso, além de falar sobre alimentação, vale também olhar para o cuidado com a saúde de forma mais ampla. Isso inclui sono, estresse, atividade física, saúde emocional e mental. Se você quer ir além do prato e descobrir outras formas de se cuidar, confira essas dicas de cuidados na saúde da mulher, que podem transformar sua rotina e sua relação com o autocuidado.

A seguir, veja dicas de alimentação para incluir na sua rotina:

1. Seu corpo muda — sua alimentação também pode mudar

O metabolismo da mulher não é uma constante. Ele é influenciado por fatores hormonais que variam ao longo do mês (ciclo menstrual), ao longo dos anos (gravidez, amamentação, menopausa) e também de acordo com o estilo de vida (estresse, sono, atividade física).

Por isso, uma alimentação saudável para mulheres não deve seguir fórmulas prontas. O ideal é que ela seja flexível e adaptada à fase de vida:

  • Dos 20 aos 30 anos: foco em ferro, cálcio, proteína e ômega 3 — nutrientes importantes para regular o ciclo, prevenir anemia e dar suporte ao ritmo acelerado da fase adulta jovem.
  • Durante a gestação e amamentação: necessidade aumentada de vitaminas do complexo B, ácido fólico, ferro, proteínas e boas gorduras.
  • A partir dos 40 anos: aumento da atenção ao cálcio, magnésio e vitamina D, que ajudam na saúde óssea e no controle hormonal no climatério e menopausa.

2. Hormônios e alimentação: uma relação direta

Os alimentos que você escolhe afetam diretamente o equilíbrio hormonal. Açúcares em excesso, ultraprocessados e gordura trans, por exemplo, favorecem picos de insulina e inflamações silenciosas — que podem desregular o ciclo, aumentar os sintomas da TPM e até piorar quadros de acne, fadiga e variações de humor.

Por outro lado, alguns alimentos funcionam como aliados hormonais:

  • Sementes (linhaça, girassol, abóbora): fonte de lignanas, ajudam no equilíbrio dos estrogênios.
  • Abacate, azeite de oliva, oleaginosas: ricos em gorduras boas que auxiliam na produção hormonal.
  • Vegetais crucíferos (brócolis, couve, rúcula): ajudam na metabolização dos hormônios no fígado.
  • Grãos integrais: mantêm a saciedade e estabilizam o açúcar no sangue, evitando picos de humor e energia.

3. Alimentação emocional: escuta ativa ao corpo

Quantas vezes você já comeu sem estar com fome? Ou deixou de comer por sentir culpa? A alimentação da mulher está frequentemente atravessada por pressões estéticas, dietas da moda e emoções mal resolvidas.

Por isso, além de saber o que comer, é fundamental reaprender a se relacionar com a comida de forma mais intuitiva e gentil. Práticas como a alimentação consciente (ou mindful eating) ensinam a reconhecer os sinais reais de fome e saciedade, identificar gatilhos emocionais e comer com mais presença e prazer.

A dica aqui é simples: comer com atenção plena. Longe do celular, saboreando o alimento, observando o corpo antes, durante e depois da refeição.

4. Cuidado com os extremos: nem 8 nem 80

Alimentação saudável para mulheres não é sobre perfeição, é sobre constância e equilíbrio. Comer pizza com amigas, tomar um sorvete com os filhos ou tomar um vinho no sábado à noite não anula uma rotina nutritiva.

O problema está nos extremos: viver de ultraprocessados ou tentar seguir uma dieta restrita e insustentável. Ambos os caminhos levam à exaustão — física e mental. O ideal é construir uma rotina alimentar que funcione para a sua vida real.

Uma regra prática:

  • 80% do tempo, priorize alimentos naturais, nutritivos e preparados em casa.
  • 20% do tempo, permita-se com liberdade e presença, sem culpa.

5. Pequenas mudanças que fazem uma grande diferença

Se você quer começar uma rotina de alimentação saudável, comece aos poucos. Não precisa mudar tudo de uma vez — e nem deve. Aqui vão três pequenas ações que já causam impacto:

  • Inclua vegetais em pelo menos duas refeições por dia.
  • Troque o pão branco ou biscoito de pacote da tarde por castanhas ou frutas com aveia.
  • Hidrate-se mais: água, chás naturais e alimentos ricos em água ajudam o corpo a funcionar melhor

Com o tempo, essas pequenas ações viram hábito. E quando os hábitos mudam, os resultados aparecem — de dentro pra fora.

6. A importância de consultas médicas e nutricionais

Embora a alimentação saudável seja essencial para o bem-estar, consultar um médico e um nutricionista regularmente é fundamental para uma abordagem personalizada.

Profissionais de saúde podem realizar exames laboratoriais para verificar carências nutricionais, como deficiências de ferro, cálcio, vitamina D e outros micronutrientes. Isso é especialmente importante nas fases da vida em que o corpo da mulher está sujeito a maiores variações hormonais e nutricionais, como durante a gestação, a amamentação ou a menopausa.

Além disso, com a orientação de um nutricionista, é possível personalizar a dieta de acordo com as necessidades individuais, ajustando o consumo de alimentos e, em alguns casos, indicando suplementos nutricionais. Suplementos podem ser úteis para corrigir deficiências temporárias ou crônicas, como na reposição de ferro, vitamina D, ácido fólico e outros nutrientes importantes para a saúde da mulher.

No fim das contas, alimentação saudável para mulheres não é sobre contar calorias nem seguir regras rígidas. É sobre escutar seu corpo, entender suas necessidades e fazer escolhas com consciência e carinho.

Cuidar da alimentação é uma das formas mais acessíveis e transformadoras de exercer autocuidado. E não existe momento ideal para começar: o melhor momento é agora, com o que você tem, dentro da sua realidade.

Referências:

CONSELHO REGIONAL DE NUTRICIONISTAS DA 3ª REGIÃO. A alimentação em todas as fases da vida da mulher. Disponível em: https://www.crn3.org.br/arquivos/eede5b39e1b1e06322e5fea43cbe771f.pdf.

BRASIL. Ministério da Saúde. Dia da mulher: recomendações para uma vida mais saudável. Publicado em: 03 mar. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-alimentar-melhor/noticias/2022/dia-da-mulher-recomendacoes-para-uma-vida-mais-saudavel-2.

SUNIL KUMAR et al. Uma revisão abrangente das necessidades nutricionais para a saúde da mulher. International Journal For Multidisciplinary Research, v. 6, n. 5, 6 out. 2024.

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