Quarta-feira, 8 de abril de 2015 - 18h41
Professor Nazareno*
Outro dia fui perguntado se eu teria coragem de matar alguém. “-Claro que sim”, respondi convicto. Não só eu, mas quase todos os seres humanos, por serem animais de sangue quente, reagiriam com a mesma truculência com que foi atacado. O momento e as circunstâncias geralmente é quem determinam a reação. Dificilmente daríamos o outro lado da face para receber outro golpe como Cristo teria feito. Porém, mesmo sendo cristãos e seguindo as doutrinas do Cristianismo poucas pessoas fariam tal ação. “- Então o senhor é a favor da pena de morte”, afirmou o sujeito sem perceber que uma coisa nada tem a ver com a outra. A adoção da pena capital é uma procuração que os indivíduos passam para que o Estado, de maneira fria e calculista, possa matar pessoas em nome deles. “É quando se mata alguém para ensiná-lo que não se deve matar”.
Por isso, quando alguém defende essa pena deveria pelo menos refletir como é que o Estado exerce a sua função no Brasil. E todos nós sabemos que, de um modo geral, o Poder Público no nosso país é exercido pela classe política e apresenta, em quase todas as suas ações muitas distorções, injustiças, maus-tratos, perseguições, violências e incompetências de todos os tamanhos. São homens “tortos e falíveis”, enfim, que imbuídos de um poder Supremo, decidem se alguém deve ou não morrer. Nos Estados Unidos, por exemplo, é o governador do Estado ou o presidente do Poder Legislativo local que dá a decisão final se o condenado “vive ou morre”. Já na Indonésia é o Presidente do país que, como na Roma antiga, mostra o polegar direito para cima ou para baixo. De suas cabeças sai a sentença que decidirá o destino de seres humanos.
É muito engraçado e até incoerente perceber que no Brasil, uns 90% da população odeiam a política com todos os políticos juntos. Porém, este mesmo percentual gostaria que a pena de morte fosse adotada no país. Ou seja, querem dar de gosto e vontade mais poderes para quem tanto criticam. Uma espécie de poder divino que decide quem vai viver ou quem vai morrer. Eu jamais gostaria de morrer, por exemplo, com a aprovação de uma Dilma Rousseff, mas quem defende a pena capital aceitaria, em tese, esta absurda hipótese: ser fuzilado ou tomar uma injeção letal com a autorização da petista. Em Rondônia quem daria o fatídico veredito seria, pasmem, Confúcio Moura e na ausência dele, Maurão de Carvalho, presidente de Assembleia Legislativa. Quem é favorável à carnificina, pode ir logo se acostumando com o fato.
Óbvio que não existe, ainda, a pena de morte no Brasil, mas a diminuição da maioridade penal, dentre outros anacronismos, já é um mau prenúncio de que os direitos individuais no país serão de agora em diante pisoteados sistematicamente por esta mentalidade assassina e vingativa da maioria dos cidadãos brasileiros. E quase todos se consideram cristãos, mesmo contrariando os ensinamentos de seu Mestre. Um Estado imoral, indecente, anacrônico, corrupto, injusto, ladrão, incompetente, humano, não tem direito nem moral suficiente para punir ninguém. Muito menos matar, como querem os defensores destas indecências. Essa gente quer a diminuição da maioridade penal, a pena de morte, a amputação de ladrões, dentre tantas outras brutalidades e se alia vergonhosamente aos políticos por que talvez todos queiram eliminar os pobres. Esses “coxinhas” sabem qual a classe social que mandará mais indivíduos para o cadafalso.
*É Professor em Porto Velho.
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