Quarta-feira, 13 de março de 2013 - 06h12
Por Humberto Pinho da Silva
Depois dos dias fúnebres da Semana Santa, chegava o alegre domingo de Páscoa. A ressurreição de Jesus.
Nas nossas aldeias - que eram relicários de tradições, - os cristãos agrupavam-se no templo, entoando jubilosos hinos e aleluias.
Do alto de rústicos campanários, tangiam festivamente os sinos, em animada e pueril gralheada.
Saiam os compassos, cada um com sua cruz alçada. Envergando alvas opas, homens acompanhavam o prestimoso abade ou seminarista, que levavam o Senhor de casa em casa.
Tapetes de verdes e flores, vestiam toscos caminhos e soleiras de entrada, que devotas mulheres colhiam com carinho e Amor.
Estalejavam alegremente foguetes, em alarido desenfreado; e alvoraçados cachorros, em roda-viva, pareciam, também, dizer: Chegou a Páscoa!... Chegou a Páscoa!...
As famílias reuniam-se à mesa, que permanecia coberta de branquíssima toalha, com o tradicional folar, amêndoas cobertas de açúcar, pão-de-ló e vinho fino.
No meu tempo de menino, no Sábado de Aleluia, nas igrejas, retiravam-se os panos roxos que recobriram as imagens, nos dias tristes de Quaresma. Os altares, que permaneceram despidos, engalanavam-se nessa hora de alvíssimas toalhas e vistosas flores de cores garridas, enquanto os sinos soavam ao desafio, em animada e ruidosa desgarrada.
Nas ruas, grupos de rapazes e moças, confeccionavam boneco de trapos, que suspendiam num poste. Era o “Judas”. Boneco que recolhia na pança, numerosas bombas carnavalescas, e lembrava certa figura, em regra, pobre diabo, bombo de festa do garotio.
Pegava-se, então, fogo aos pés, e para gáudio de todos, assistia-se ao queimar do “Judas”, que estourava entre gritos e palmas da rapaziada.
Nesse tempo, no dia de Páscoa, os afilhados visitavam os padrinhos, levando-lhes raminho de flores ou de oliveira, benzido em Domingos de Ramos.
Estes retribuíam com amêndoas ou dinheiro. A isso, chamava-se pedir o folar.
Em terras montanhosas, nomeadamente em Trás - os - Montes e Beiras, folar era, e ainda é, gigantesco bolo, recheado a carne, que tinha, por vezes, feitio de alguidar.
Mais romântico e citadino, eram as caixinhas de porcelana, que os namorados ofereciam com amêndoas. Eram de todos os tamanhos e feitios, algumas de grande beleza.
Bem diferente se comemora, nos nossos dias, o tempo pascal. Poucos são os que participam e vivem as cerimónias da Semana Santa; as velhas tradições quase desapareceram e, sem elas, morre um pouco da alma portuguesa, as raízes que a identificam.
A população aguarda uma resposta da CMPV sobre vazamento de áudios
Passados treze dias desde que alguém gravou e jogou na internet trechos de diálogos entre vereadores e um dos membros da equipe do prefeito Léo Mora
Humanismo Integral Geopolítico
Complementaridade contra Imperialismos de Esquerda e Direita A civilização ocidental assemelha-se hoje a um Filho Pródigo obstinado, que, seduzido
Das Verdades que nos governam à Verdade em que vivemos: Entre Sombras e Luz Vivemos rodeados de verdades. Umas são-nos impostas, outras somos nós qu
Era para ser apenas mais uma reunião secreta como muitas já realizadas entre vereadores da Câmara Municipal de Porto Velho se alguém não tivesse gra