Quarta-feira, 16 de julho de 2025 - 08h20
Estamos
retrocedendo. É o primeiro pensamento que me desperta depois de saber que os
números de feminicídios, ao invés de diminuírem bateram recorde no país. Os
números são péssimos. De acordo com o Mapa de Segurança Pública, no ano passado
foram registrados 1.459 casos de feminicídios, o maior número da história, com
média de quatro mulheres mortas por dia. Os estupros também cresceram e alcançaram
a maior taxa dos últimos cinco anos, com um total de 83.114 casos durante esse
período.
Rondônia
é um dos estados que lideram as taxas por 100 mil habitantes e divide a lista
vergonhosa com Roraima e Amapá. Os jornais diários confirmam a quantidade de
mulheres mortas por companheiros ou ex-companheiros por aqui é insana. Só neste
ano perdi as contas de quantas vezes acompanhei notícias de mulheres que
perderam a vida de forma violenta.
A idade,
o endereço e a condição financeira mudam, mas a covardia é a mesma. Elas morrem
pelo ciúme, por eles não aceitarem o fim do relacionamento, por eles não
aprenderem a lidar com seus sentimentos, traumas e confusões de um mundo
machista onde são privilegiados.
O avanço
de grupos conservadores e o discurso que busca manter a mulher em papéis
tradicionais contribuem para a violência doméstica e manutenção do machismo. A
falta de educação sobre igualdade de gênero e a dependência financeira delas
perduram a cultura em que eles são considerados superiores e com mais direitos.
O discurso de ódio sobre elas moldou as nossas crenças e ditou comportamentos
violentos que matam. Por conta do machismo, hoje temos Lei para reprimir quem
resolve nos agredir, estuprar e nos matar.
Entendo
que a cultura não muda da noite para o dia, mas ela pode evoluir e se adaptar
com outras interações e experiências. As novas idéias alteram a forma como
vivemos e como pensamos. Será que estamos permitindo o retrocesso? Convido
avaliarmos as formas de educar nossas crianças, especialmente os meninos, que
são alvos de um movimento de radicalização na internet contra as mulheres,
estimulados pelos algoritmos.
Sugiro
aplicação de leis mais rígidas às autoridades sobre os casos de violência contra
as mulheres. Convoco a imprensa a promover jornalismo solidário, aquele que
ajuda a comunidade e leva informações preventivas em áreas com pouco acesso e que
podem salvar vidas. E insisto as instituições acadêmicas, que desempenham um
papel crucial de desenvolvimento do cidadão, que se façam presentes através dos
projetos de extensão, serviços e soluções para questões locais do nosso estado.
As
demandas são várias e todas dependem de ações para mudar esse problema que é de
saúde pública. É para frente que se anda. Por isso não podemos recuar e dar
margem para o atraso de sermos arrastados para a idade das trevas. E nem permitir,
que a falta de ações de segurança em Rondônia nos deixe retroceder.
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