Quarta-feira, 19 de novembro de 2025 - 15h14

Sabemos que a união conjugal de menores de 16 anos é proibida no Brasil
desde 2019, porém de acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas (IBGE) em 2022, mais de 34 mil pessoas entre 10 e 14 anos vivem em
união conjugal no país. Isso da uma dimensão da prática ilegal do impacto negativo
do casamento precoce infantil por aqui.
Os números confirmam informações fornecidas pelos próprios moradores e
mesmo não apresentando uma comprovação legal das uniões, ficou claro que 77%
são mulheres, vítimas da nossa cultura machista. Em Rondônia são 400 pessoas
(0,05%).
Se analisar bem os impactos são muitos. O casamento precoce impede que
essas meninas tenham direito à infância e ao desenvolvimento pleno, pois
interrompe a infância e impõe responsabilidade e papéis sociais do mundo
adulto.
É o caso da evasão escolar, que é mais alta entre meninas casadas antes
dos 18 anos. Meninas que se casam regularmente abandonam os estudos devido às
pressões domésticas, controle do parceiro e também pela maternidade.
Todas essas dificuldades limitam a liberdade de meninas sobre suas
decisões de vida e perpetuam o ciclo de pobreza e exclusão social dessas
crianças. A gravidez precoce provoca riscos à saúde mental e física de
adolescentes e aumenta a probabilidade de morte, devido complicações no parto,
desenvolvimento fetal, gerando sofrimento psicológico.
Além desses obstáculos o casamento infantil também expõe meninas à
exploração sexual; violência física e psicológica, trabalho doméstico forçado e
isolamento social. Fatores que geram depressão e ansiedade e deixam milhares de
adolescentes sem oportunidades de crescimento pessoal.
Agora que já sabemos os impactos do casamento infantil podemos pensar no
que está ao nosso alcance para reverter essa situação? A cultura tem desempenho
na formação de consciência da população. Novelas, filmes, séries e outras
expressões culturais ajudam a mudar essa realidade. A imprensa e a política
também têm seu papel relevante para transformar esse drama cultural. Pode não
parecer, mas nossos diálogos em casa, no trabalho e na roda de amigos também
fazem diferença sobre a reflexão do assunto.
Não é normal uma adolescente casar, pular uma fase da vida que não
voltará. Em tempos de fanatismo religioso e falta de piedade temos que tentar
pelo menos garantir uma adolescência digna para nossas meninas, cobrar leis
mais rigorosas sem achar o ato de casar no começo da vida normal.
Não podemos deixar que esse retrocesso em direitos humanos continue
roubando a juventude de milhares de adolescentes, permitindo que esse tipo de
violência controle corpos de quem não precisa dos problemas de adultos porque
ainda está começando a viver.
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