Sexta-feira, 9 de maio de 2025 - 14h45
No
próximo domingo, segundo fim de semana de maio, milhares de pessoas celebrarão
o Dia das Mães. A data que movimenta o comércio e alegra o almoço em família,
também acende memórias e intensifica feridas causadas pela ausência das mães
que não estão mais aqui.
Aprendi
isso da pior forma. Este será o meu primeiro Dia das Mães sem a minha mãe e
também o de milhares de brasileiros, filhos de mulheres vítimas do feminicídio.
A diferença está na causa do óbito de nossas mães. A minha faleceu após uma
cirurgia cardíaca. Já os órfãos do feminicídio tiveram o direito de suas mães viverem
cruelmente retirados.
Fazer
parte do grupo dos que perderam a mãe é profundamente doloroso. A gente fica
sem rumo, sem compreensão, neste lugar chamado Terra. É a ruptura de uma
ligação única, a perda de uma figura fundamental em nossas vidas. É como se o
mundo perdesse o cheiro de casa. É se enxergar sem amparo, pois o nosso colo
sagrado não está mais aqui. É o fim da infância emocional. É entender que, a
partir de agora, é você por você.
Se essa
dor, que vem e vai, lateja desse jeito em quem já tem o córtex pré-frontal
formado, em crianças ela é intensamente traumática, pois afeta diretamente o
desenvolvimento emocional e social de quem ainda está começando a viver. A
violência contra a mulher gera consequências que atingem seus familiares. As
chamadas vítimas indiretas são crianças, adolescentes, jovens e adultos que
convivem com a violência em seus próprios lares.
A perda
abrupta da mãe e o fim do poder familiar do genitor, em virtude da autoria do
crime, provocam uma mudança drástica na vida dos pequenos. Quando os parentes
acolhem as vítimas, os órfãos do feminicídio muitas vezes mudam de residência
ou escola, perdendo os vínculos familiares e sociais já construídos. Algumas
vezes, os irmãos são separados, diante da impossibilidade de acolhimento familiar.
E, não havendo acolhimento por parte dos familiares, por questões financeiras,
essas crianças são enviadas a abrigos, onde são tachadas como "sem vínculo
familiar".
Além dos
traumas causados pelo feminicídio, os impactos alteram o padrão de vida de
crianças e adolescentes. Sem o suporte econômico dos pais, os órfãos passam a
viver por conta da própria sorte. Essas vítimas indiretas do machismo
estrutural precisam ser retiradas da invisibilidade o quanto antes. O suporte
emocional e econômico é fundamental para uma existência digna durante o
desenvolvimento do indivíduo.
O Estado
deve proteger crianças e adolescentes diante desse problema de saúde pública.
E, antes disso, ajudar a prevenir tragédias anunciadas em lares brasileiros. A
implantação de leis mais severas e a proteção às mulheres vítimas de violência
previnem problemas futuros e ajudam crianças a viverem ao lado de quem lhes
oferece proteção e amor.
Perder a mãe é divagar
entre lembranças dela, a vida que ela viveu, os sonhos que deixou de realizar e
a culpa por não tê-la aproveitado mais. Neste Dia das Mães, deixo todo o meu
apoio aos órfãos de casos de feminicídio. Dizem que essa dor encontra um lugar
dentro da gente e que o tempo ameniza tudo. Mas nós, agora órfãos, sabemos que
a saudade delas será eterna, e que o seu amor
gigantesco, que transcende qualquer limite, jamais será substituído.
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