Terça-feira, 25 de dezembro de 2007 - 12h54
Nielmar de Oliveira
Agência Brasil
Rio de Janeiro - O diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, informou que o contrato assinado com a Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB), a estatal de petróleo da Bolívia, vão aumentar em cerca de 10 milhões de metros cúbicos por dia a produção atual de gás natural naquele país.
O acordo, firmado na semana passada, prevê investimentos entre US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão. Na ocasião, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse ser provável que o aumento na produção de gás na Bolívia seja de 8 milhões de metros cúbicos por dia, mas ponderou. "Não posso afirmar".
Cerveró adiantou que os investimentos, além de garantir a viabilidade do fornecimento de gás natural para o Brasil, pela manutenção dos níveis de produção de seus dois principais campos, San Alberto e Santo Antônio, se destinarão às atividades de exploração, produção e transporte de gás natural.
O diretor, no entanto, afirmou que os investimentos não contemplarão obras de expansão do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). Ou seja, o acréscimo na produção de gás não vai aumentar o fornecimento para o Brasil.
"A ampliação da capacidade de transporte do Gasbol não é nossa prioridade e não está sendo levada em conta na alocação destes novos recursos. Eles se destinarão, basicamente, a manter os níveis atuais de nossos campos e garantir o fornecimento dos 30 milhões de metros cúbicos para o Brasil que constam do contrato vigente até 2019".
Segundo Cerveró, a destinação dos 10 milhões de metros cúbicos adicionais a serem produzidos como conseqüência dos novos investimentos ainda não está definida, pois caberá à YPFB definir o destino do gás como determinam as novas regras vigentes no país, após a nacionalização das reservas promovida pelo presidente Evo Morales.
"O que foi acertado com a Bolívia neste acordo é que esses investimentos serão empregados até 2011/2012. Uma parcela do gás poderá até vir para o Brasil, mas certamente uma boa parte servirá também para atender ao mercado argentino e ainda ao mercado interno boliviano, que vem crescendo muito nos últimos anos, tendo passado de 1 milhão de metros cúbicos para 6 milhões de metros cúbicos diários. Certamente a maior parte dele não virá para o Brasil", afirmou.
Cerveró lembrou, ainda, que a Petrobras não é a única fornecedora de gás boliviano que é exportado para o Brasil. "A Petrobras é sócia da Repsol, da Total e da YPFB. Desta sociedade provém 22 milhões dos 30 milhões que o país importa dos quais apenas 35% dizem respeito à nossa participação. Os outros 8 milhões são da produção da BP, da BG e da Repsol, que vendem para a YPFB e que é quem negocia o gás".
"Com os novos investimentos, o que nós estamos viabilizando é o aumento da atual produção da sociedade em mais 10 milhões de metros cúbicos. Para onde este gás vai ser destinado vai depender do mercado - não é uma definição nossa, pois é a YPFB que faz essa comercialização".
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