Domingo, 21 de março de 2010 - 09h34
Silvio Persivo (*)
É incrível a falta de visão, em especial de políticos e sindicalistas, dos custos que recaem sobre o empresariado para manter seus negócios e como é difícil ser empresário neste país. Pior é que, como políticos e sindicalistas vivem de discussões, não percebem que os empresários desejam apenas que não perturbem as condições institucionais existentes, nem que façam leis e movimentos que lhes causem problemas e custos. Não há, muitas vezes, entre os políticos a menor noção dos danos que causam a iniciativa privada com projetos que, só em serem apresentados, obrigam os empresários a ter custos, a ter que sair de suas obrigações,que já são muitas, desperdiçar tempo e dinheiro para não ter seu negócio afetado por iniciativas muitas vezes cheia de boas intenções, mas, completamente equivocadas. Os exemplos mais recentes são, em Porto Velho, de projeto de lei que pretende fechar o comércio aos domingos e, no Senado, um projeto do senador Crivella que quer obrigar os donos de bares e restaurantes a cobrar 20% de gorjeta depois das 23 horas.
É impressionante, por exemplo, o que revela a pesquisa anual "Doing Business", promovida anualmente pela Organização das Nações Unidas que faz uma análise comparativa entre 183 países. Examinando a facilidade para a abertura de empresas, obtenção de alvarás, contratação de funcionários, registro de propriedades, obtenção de crédito, proteção de investidores, pagamento de impostos, comércio entre fronteiras, cumprimento de contratos e fechamento de empresas, verifica que o Brasil, sob a perspectiva geral da facilidade para fazer negócios, está na 129ª posição entre as 183 economias analisadas - dois pontos abaixo do relatório de 2009. Na América Latina, só ficaram abaixo Equador, Bolívia, Venezuela, Haiti, Suriname e Honduras. Os dados mostram que a economia brasileira se sai bem apenas no índice de cobertura de órgãos privados de proteção ao crédito, na transparência nas relações com investidores e no índice de eficiência na proteção a investidores (tudo na esfera de atuação privada), mas, até para pagar impostos o Brasil ocupa a 150ª posição. Os empresários brasileiros, segundo a pesquisa, têm que arcar com os custos de 2.600 horas anuais de trabalho para fazer frente à burocracia tributária. A média, na América Latina e no Caribe, é de 385,2 horas. Nos países de renda elevada (OCDE), de 194,1 horas. Mas, quem sustenta o governo são os impostos e, mesmo assim, se verifica que até para pagar os empresários sofrem. Não se leva em conta nem seu tempo nem seus custos e os políticos, em especial, fazem leis que os afetam sem se preocupar em quanto vai custar nem quantos empregos serão perdidos. É fácil fazer isto quando sabem que, de uma forma ou de outra, seus salários e privilégios estão garantidos no final do mês, mas, não é o que acontece com os empresários cujas folhas de pagamentos, os impostos, a manutenção do seu negócio, tem que ser buscada duramente nas vendas de cada dia. É muito fácil falar mal dos empresários, como fazem muitos políticos e sindicalistas, porém, fariam muito melhor tentando criar os empregos e a renda que os empresários criam para ver como a cor da chita é outra, quando se tem que ter a responsabilidade de manter empregos e criar riqueza num país que trata quem busca lucro como se isto fosse um pecado. Pecado mesmo é a cegueira de não ver que sem os empresários nossa sociedade não funciona bem e é somente graças a eles e não ao governo, ao qual somente se pede que não atrapalhe, que o Brasil tem avançado em direção à modernidade.
(*) È Economista e conselheiro do CORECON/RO.
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