Sábado, 14 de outubro de 2006 - 15h08
UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA NACIONAL
Lulla da Silva é de uma hipocrisia que beira ao histriônico. Usa despudoramente números distorcidos, pesquisas, fatos e frases para se reeleger, de qualquer forma, na base do seu mentor, o cassado Zé Dirceu, de que os fins justificam os meios. Mente descaradamente na propaganda eleitoral, como havia feito antes, dizendo que saiu do FMI por ter desfeito um empréstimo, um espécie de cheque especial de US$ 20 bilhões jamais usados pelo país, mente utilizando os números brutos em relação à criação de empregos quando aumentou o desemprego no país criando, relativamente, menos 30% de empregos que FHC e mente, ainda mais deslavadamente, de forma hipócrita, espinafrando as privatizações porque eram indispensáveis. E elle sabe tanto que não promoveu auditoria nas transações. Não fez, como Nestor Kirschner, que resgatou as empresas privatizadas. Dizer, como presidente que não podia fazer nada é confessar despreparo e autoridade. Elle, mais do que ninguém, vê os benefícios da privatização no setor de telefonia, nas poucas estradas que o país tem de qualidade, nas empresas que dão lucro. O resto é puro blá-blá-blá.
O que pode exibir Lulla da Silva como êxitos do seu governo? A Reforma da previdência que, entre outros absurdos contra o povo e o direito, confiscou 11% nas aposentadorias. A cooptação dos sindicalistas para cargos e funções sumamente bem pagos no governo e entidades como o CNI, CNC e Sebrae restabelecendo o peleguismo janguista na sua mais abjeta expressão, o safado atrelamento dos movimentos sociais, como as representações estudantis e Ongs, velhas ou novas, criadas tão-somente para sugar os recursos públicos e desmobilizar qualquer movimento social contra o governo dos escândalos sucessivos e da propagação da miséria como ideal. O PT, com a ajuda do PC do B, controlaram com dádivas financeiras e receitas como as advindas do monopólio das carteirinhas todos os líderes que não foram elevados a um cargo público adormecendo e matando qualquer tipo de oposição social e sindical, como um câncer debilitando a sociedade e seus meios reais de expressão pelo seu esvaziamento, daí a falta dos caras-pintadas na rua para expressar todo o horror que o governo atual causa.
E, como complemento final de uma estratégia de domínio político do país, Lulla da Silva elevou a condição de meta de governo criar o parasitismo como forma de desenvolvimento castrando milhares de cidadãos que lutavam por suas vidas em parasitas do Estado. Milhares de cidadãos não querem mais trabalhar nem aceitam sequer nem um biscate, nem um bico.
Vêem como ideal ter um cartão que garante que podem viver vegetativamente à custa do Estado desde que, na urna eletrônica, perpetuem a safadeza, a incompetência, à falta de visão e a condenação do país ao atraso. Lulla da Silva desmoraliza todo e qualquer discurso de cidadania e de esquerda que sempre pregou não o acesso do povo a migalhas e sim a dignidade de ganhar o sustento com o suor do rosto. Jamais a sustentação do que, em termos de Marx se chama de lumpesinato, por uma rede de caridade pública a ser utilizada como massa de manobra passando por cima de todos os valores morais e críticos. Lulla da Silva e o PT se esmeram na manipulação da confiança popular. Ao contrário do que dizem este jamais foi um governo dos pobres. È, na verdade, o governo que mais foi contra os pobres. Basta ver o pagamento de juros, os lucros dos bancos, a queda dos salários, a diminuição da classe média, a quebra da Varig sem apoio, enquanto fazem metrô na Venezuela, a falta de defesa dos investimentos da Petrobrás na Bolívia, o entreguismo da lei de concessões da floresta Amazônica, a completa traição aos reclamos dos trabalhadores, aposentados e funcionários públicos. Se há uma coisa que se pode dizer, com carradas de razões, é que jamais houve, no poder, um partido e um grupo tão sem escrúpulos que se apropriou do governo em nome de nossos melhores sonhos para transformar o país no pesadelo em que está. Gastam como nunca com cartões corporativos, fazem propaganda como jamais foi feito, arrasam e liquidam nossos futuros e nossos sonhos. Não há alternativa, agora, que o tumor foi lancetado: ou nos livramos desta massa fétida, destes equivocados, aloprados ou o país tende a ter mais, no mínimo, vinte anos de atraso. Tirar Lulla da Silva é uma questão, hoje, de saúde pública. De sobrevivência nacional e única forma de voltarmos a ter esperança e futuro.
Fonte: Silvio Persivo
Porto Velho, Rondônia, Brazil - Economista com Doutorado em Desenvolvimento Sustentável pelo NAEA, escritor, professor de Economia Internacional e Planejamento Estratégico da UNIR.
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