Quarta-feira, 15 de janeiro de 2020 - 09h45
A
questão do que é a arte e da beleza da arte tem sido um tema sempre permanente
nas discussões intelectuais. De certa forma, entre os brasileiros, foi abordada
a relação entre arte e beleza pelo poeta Afonso Romano de Sant’Ana, que
considera ter havido um desvirtuamento da arte ao se realçar o conceito se
abandonando o objeto, ou seja, a arte passou a ser conceitual, enfim, mais explicações
da arte do que arte mesmo. Outro intelectual brasileiro que se debruçou sobre o
tema foi Ferreira Gullar que lamenta a covardia da crítica de arte que, talvez
por medo ou mesmo por dinheiro, deixou que os critérios da arte se tenham
diluído, de tal forma que a arte, agora, pode ser qualquer coisa que se
denomine de arte. Este tema me rondava a cabeça em razão de um vídeo do artista
rondoniense Joeser Alvarez que sob o título “Arte Para Quê?”, fez o que chamou
de “Um registro documental e artístico no qual, quase uma centena de produtores
culturais e artistas, manifestam de modo diverso e, por vezes confluente, suas
visões sobre a finalidade da arte, conferindo a esse repertório uma semântica
rica e diversa . As imagens foram captadas por câmeras e celulares ao longo de
10 anos”. O vídeo é mais dinâmico e provocador e, como se pode ver no Youtube
facilmente(https://www.youtube.com/watch?=ZmelLX7rZus&feature=youtu.be&fbclid=IwAR1z9gnN4l1TKzdqf2fEpjMm5G2z3XrXRDtzckd2qUwozbg65wDPVjb5_Pw)
uma busca de explicações sobre a visão de cada um sobre a arte. É uma
coincidência, um pouco dolorosa, embora os céticos não acreditem em
coincidência, que o vídeo surja quando morre um filósofo que muito se ocupou da
arte e da beleza: Roger Scruton. É dele,
aliás, um livro muito interessante denominado de “Beleza” onde alerta para o
permanente desejo de dispor da beleza desde da arrumação da casa, passando pela
arrumação da mesa num jantar para os amigos, do jardim mais simples ao mais
sofisticado, e até mesmo nas vestimentas,
especialmente, nos nossos tempos de redes sociais e “zilhões” de fotografias de
celebridades e desconhecidos. No cotidiano, a beleza é buscada por todas as
culturas e fica evidente na exposição de Scruton, ao dizer sobre a beleza, que não
se estabelece um critério firme para a definição do que é a beleza, pois, isto
passa por um conjunto amplo de possibilidades, ao mesmo tempo, que sempre o
desejo de beleza se relaciona com critérios formais e com uma certa sensação de
bem-estar e aconchego. O que ressalta é que, sem sombra de dúvida, a arte
consiste numa das mais apropriadas atividades para a busca da beleza. Scruton,
que nada tem de saudosista, escreve que :
“... tudo que afirmei acerca da experiência da beleza insinua que ela possui fundamentos
racionais. Desafia-nos encontrar significados em seu objeto, traçar comparações
críticas e examinar nossas próprias vidas e emoções à luz do que descobrimos”. Para ele, a questão é a de que, no mundo
moderno, há na arte uma fuga da beleza e da verdade. Então, talvez, a pergunta
certa não seja “Arte Para quê”, mas, “Arte Por quê”. Daí, o importante é
perguntar até onde a arte serve para a vida. Ou, talvez, indo mais longe, como
se faz da vida uma arte. Fazer arte na vida, no entanto, hoje, em dia, até para
obter 15 segundos de fama, milhões já fazem, independente da beleza e da
verdade.
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