Terça-feira, 13 de abril de 2010 - 20h54
O governo Lula, o governo atual, não pode negar que teve um tempo longo de bonança internacional, ao contrário dos anteriores, e que, além disto, teve a seu favor a austeridade e a responsabilidade que Fernando Henrique implantou na economia. Em outras palavras, o fundamento dos bons tempos não foi de Lula, mas, de FHC. E, mesmo quando houve uma crise, como a de 2008, esta, pela primeira vez, com todos os problemas, veio a nosso favor, pois, deslocou o eixo do crescimento do mundo para a China e os emergentes, o que nos favoreceu. Enfim, Lula pegou um cenário internacional estável e construtivo. Deveríamos, isto sim, ter crescido mais. E crescer mais era o que Lula tinha se proposto e, convenhamos, falhou. O voo de galinha continua a ser a trajetoria da economia brasileira vide o resultado negativo de 2009 e a previsão positiva de 2010. E 2001?
Bem, os economistas bons acreditam que os Estados Unidos devem crescer algo em torno de 2,5%, já este ano, derivado de seu bom desempenho nas exportações e a forte desvalorização do dólar. A favor disto conta também a volta de investimentos em setores importantes, como o de energia, e, em alguns setores, tem havido uma redução mais acelerada dos estoques, bem como o mercado de trabalho parece estar mais estável, porém, só a obtenção de um crescimento, como o previsto, já influi sobre o resto do mundo. Também se, entre os emergentes, a bonança não é, não será, igual para todos se espera um crescimento de 9,5% da China, e há um grupo, que inclui a Ásia, os países petroleiros e o Brasil, em que o crescimento será muito forte. Embora existam atrapalhando os países bálticos, Europa Oriental, Grécia, Rússia, Argentina, Venezuela e México Com tudo isto, o PIB mundial deve crescer, em 2010, em torno de 3%. Ou seja, os quase 6% do Brasil não serão lá nenhuma Brastemp. E, em 2011, o crescimento deve voltar a se complicar. Por que?
Por causa da crise e das eleições o governo abriu as burras. Porém, se os gastos de consumo se elevaram, as próprias análises governamentais mostram que os investimentos no desenvolvimento da economia cresceram muito pouco. Mesmo admitindo-se que, como foi divulgado, a execução do PAC, que é a menina dos olhos do governo, tenha sido os 40% divulgados é muito pouco. Seja por demonstrar uma execução baixa, seja porque os problemas de infraestrutura e de investimentos requerem um esforço muito maior. E, para piorar, mesmo com tão baixo desempenho, os gargalos se acentuaram, inclusive na questão da mão de obra. Sobram empregos que exigem qualificações que os brasileiros despreparados não possuem. Assim, se todos consideram ser viável que o país cresça acima de 5%, em 2010, economistas sérios não acreditam que esta taxa seja sustentável ao longo dos anos. As pressões inflacionárias mostram que a economia doméstica está indo no caminho do aquecimento excessivo em 2010, daí, o desejo do Banco Central já expresso de aumentar os juros. É poristo que a oposição já está preocupada com os rumos do atual governo que aumentando os gastos, para a campanha eleitoral, criou mais pressões inflacionárias e uma situação fiscal muito mais apertada, o que pesa contra o ritmo de crescimento nos anos seguintes. A ironia é a de que ,quem tanto falou em herança maldita, pode acabar, de fato, deixando uma, se não houver uma condução melhor da política fiscal e monetária.
Fonte: Sílvio Persivo
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