Sábado, 22 de fevereiro de 2025 - 08h05
Incrível como praticamente baseamos nossas vidas
na tal da expectativa, inclusive a de vida para ver se ainda teremos tempo de
ver muitas coisas que sonhamos ou gostaríamos de presenciar. Estamos sempre à
espera de algo que aconteça, e de alguma forma nos inclua.
Tem expectativas de todos os tipos, da boazinha, à sádica,
malvadinha, até a de ver algum inimigo se estrepar, ou de que aquela previsão
de que não ia dar certo que tanto alertou se concretize, para poder ainda zoar.
Expectativa de amor, e essas a gente leva mesmo durante toda a existência,
principalmente quando se depositam esperanças no que acaba sempre envolvendo
outra pessoa, fugindo total do controle, igual ocorre, inclusive, também com
amizades. É mínimo o espaço entre expectativa, realidade, decepção, tristeza.
No amor, creio, possa se incluir a família. Quem tem filhos, a expectativa
desde o nascimento, todos aqueles meses, depois crescimento, maturidade, e no
que a pessoa criada vai se transformar. No amor romântico, relacionamento, cada
fase envolve uma expectativa.
Mas havemos de ter sempre expectativas porque também são
muito saudáveis e podem nos impulsionar, permitem que criemos objetivos para
concretizar sonhos, desde que, claro, estes sejam realistas. As expectativas
são pensamentos em geral muito pessoais, estão em nossos pensamentos,
sentimentos, mas grande parte também podem ser coletivas.
Nesse sentido, temos vivido exatamente agora um tempo
interessante e desafiador de esperas, e para as quais temos revirado tudo o que
podemos em informações até para poder formar opinião e até declará-la quando
instados, em geral por perguntas vindas de outros que também estão à espera.
Quer ver? O que acha? Bolsonaro vai ser preso? Se for, quando, como, o que vai
rolar? Vamos ganhar algum Oscar por “Ainda Estou Aqui”? – os mais atuais. Há as
expectativas quase diárias, ultimamente: vai chover? Muito? Vai ter enchente?
Vai refrescar? Mistura otimismo e pessimismo.
Expectativa está sempre na moda, como dizem. As econômicas
abrangem nossas perspectivas de crescimento pessoal, projetos, e a roda gigante
da economia, o que fazer com aquele dinheirinho suado, com as prestações a
pagar, as decisões tomadas.
Expectativa sempre contém esperança, e aí a gente de baseia
em direitos, probabilidades, promessas, suposições.
Com ansiedade, bem sei, essa vontade de que tudo se
resolva, chegue a um termo mais rapidamente possível, que as respostas cheguem,
a expectativa às vezes é até dolorida, fica apitando na cabeça igual pernilongo
que a gente afasta aos tapas. O pernilongo vai; ela persiste, repisada.
A espera. Não há cadeira onde se acomode. Mas o importante
é não travar por ela.
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação,
editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano - Bom para mulheres.
E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon). Vive em
São Paulo. marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br
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