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Leo Ladeia

Política & Murupi - Urna eletrônica e o voto impresso


Política & Murupi  - Urna eletrônica e o voto impresso  - Gente de Opinião

Começo afirmando que um tribunal que tem como função julgar contendas e se posicionar a respeito de questões eleitorais, jamais poderia abrir ou indicar a abertura de inquérito sobre outros crimes fora da sua alçada, ainda que tal tribunal, no caso o TSE, tenha no seu comando, presidindo os trabalhos um ministro do STF. Os presidentes tanto do STF quanto do TSE ou de outras cortes como o STJ podem muito, mas não podem tudo e sua mais corriqueira e principal função na presidência é organizar a agenda de julgamentos, determinar a pauta de processos, mas nunca terá autoridade maior que o colegiado. Aliás, no TSE o ministro Barroso é um juiz ou se preferem, um ministro cedido pelo STF. Isto posto, e acreditem, detesto dizer isso, mas é preciso acabar com o pobre espetáculo diário de armadilhas tabajaras verbais do presidente Bolsonaro que só atrapalham a ele mesmo e deixam o Brasil num estado de insegurança, como se vivêssemos sempre com a espada do Duque de Caxias sobre nossas cabeças.

Esta semana e repetindo uma manifestação que ocorreu em março, um grupo de empresários e desta vez a quantidade foi maior, juntou-se a outros segmentos e num total que ultrapassa as seis mil pessoas divulgaram um manifesto, desta feita acossados pelo clima de tensão entre o Poder Executivo e o Judiciário e justo após a dura resposta do STF ao presidente Bolsonaro, que elevou as suas queixas contra a não utilização do voto impresso a níveis insuportáveis. Conforme dizem os organizadores e após a publicação em jornais, até o fim da tarde de ontem mais de seis mil pessoas haviam apoiado o embrulho para presente do dia dos pais no site do movimento ELEIÇÃO SE RESPEITA.

E porque os empresários, banqueiros, economistas, etc., não querem a disputa? A resposta é óbvia. O Brasil está num momento de recuperação econômica e para o bem dos negócios é preciso atingir rapidamente um patamar estável de operações nacionais e internacionais com a necessária segurança jurídica que possibilitem a vinda dos investimentos externos e reforçar a imagem de um país seguro, livre, democrático e moderno. Para o empresário, mais relevante que arapucas políticas importa o lucro, a economia girando a estabilidade política, econômica e financeira do país. E cá para nós, não é só para o empresário, é sim melhor para todos.

Sobre a urna eletrônica e o voto impresso é matéria já revisitada pelo STF que se posicionou pela impropriedade de utilização do voto impresso. Não se trata de coisa nova ou descoberta agora. Há uma lenda urbana sobre tal fato, que nunca foi provada e que se repete e retorna a cada período eleitoral. A última vez que o fato ocorreu foi depois da eleição de Dilma Rousseff quando seu adversário direto Aécio Neves pediu uma recontagem dos votos, o que foi feito, tendo-se chegado a igual resultado da urna eletrônica.

Para quem gosta de apostas, o Exército Brasileiro no particular e as Forças Armadas no geral não vão se aventurar em algo que esteja “fora das quatro linhas da constituição” pela simples razão de serem uma organização de estado e não de governo com suas funções estabelecidas no artigo 142 da Constituição Federal, esta sim que pode muito e pode tudo. Ou Constituição ou barbárie. Ontem a comissão que estuda a questão do voto impresso rejeitou na Câmara Federal de plano a questão, mas ainda é possível voltar à pauta para o debate. E é exatamente aqui que fundamento a minha opinião não me colocando favorável ou contra o voto impresso. O debate é salutar e deve existir para o bem da democracia. O parágrafo único do primeiro artigo da Constituição Federal diz: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta constituição”. É isso ai então. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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