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Leo Ladeia

Política & Murupi - Para quem gosta de briga de galo, em Brasília tem


Política & Murupi - Para quem gosta de briga de galo, em Brasília tem - Gente de Opinião

Para quem gosta de briga de galo, em Brasília tem. A bem da verdade brigas de galo, jogo de bicho, desvio de verbas, compras superfaturadas, rachadinha, compra de mandatos, diplomas falsos, tudo é proibido, menos em Brasília. E sempre surgem novidades como a corrida maluca. São 11 contra 1 e nível de dificuldade “A”. Não pode ter freios e nem contrapesos. Bolsonaro e Barroso se olham feio, se bicam e sem mais delongas entra outro galo, o Moraes, dando uma voadora, empurrando o presidente Bolsonaro para ser investigado no inquérito das “Fakes News”, por conta da petica do voto impresso. Sentindo o golpe, Bolsonaro que é mais grosso que papel de enrolar pregos, subiu o tom de voz e talvez lembrando-se dos tempos de cadete quando era chamado “Cavalão”, murchou as orelhas e saiu distribuindo coices, batendo os arreios, cascos, sela e a traia de montaria e afirmando que contra o inquérito que nasceu sem embasamento jurídico ou seja que é inconstitucional, ele tem como "antídoto", já que o STF não atua dentro das quatro linhas constitucionais, algo que também não está "dentro das quatro linhas da constituição", sem explicitar muito bem o que é esse tal antídoto.

Vamos à linha do tempo. O inquérito das “Fake News” nasceu de oficio, ou seja, sem que tenha sido provocado pela PGR, em 14 de março de 2019 quando era presidente o ministro Toflli seu autor e que designou para a relatoria ao ministro Alexandre Moraes. O mote para o nefasto inquérito seria nas palavras do Tofolli “a existência de notícias fraudulentas, conhecidas como “Fake News”, denunciações caluniosas, ameaças e infrações revestidas de ânimos caluniantes, difamantes e injuriantes, que atingem a honorabilidade e segurança do STF, de seus membros e familiares”. Ainda que merecesse o debate, o plenário do STF referendou o discutível.

Nada a ver com Bolsonaro e sim com denúncias sobre membros da corte e famílias. Crescia o indigitado inquérito como mandioca sem ninguém ver o tamanho, mas em tempos estranhos o clima azedou e os onze galos resolveram trucidar o galo solitário, mas que cantava de galo.

A crítica acerbada de Bolsonaro reside no fato do inquérito ter sido aberto de ofício e do seu nome ter sido incluído na investigação sem que a PGR tivesse sequer consultada e com mais um agravante: o relator ministro Alexandre promoveu a inclusão do seu nome a pedido do ministro Barroso que preside o TSE e com o qual Bolsonaro não divide nem o pedaço de um comprimido de cloroquina.

Entender a cabeça do Bolsonaro e a ameaça de agir fora das quatro linhas constitucionais como ele disse em alto e bom som pela Rádio Jovem Pan está aquém da lógica política, mas ele insiste: “Estão se precipitando. Um presidente da república pode ser investigado? Pode. Num inquérito que comece no MP e não diretamente de alguém interessado. Esse alguém vai abrir o inquérito, como abriu? Vai começar a catar provas e essa mesma pessoa vai julgar? Olha, eu jogo dentro das quatro linhas da constituição. E jogo, se preciso for, com as armas do outro lado. Nós queremos paz, queremos tranquilidade. O que estamos fazendo aqui é fazer com que tenhamos umas eleições tranquilas ano que vem."

Os jovens não viram o Brasil do presidente Jânio Quadros que entre um gole e outro e na falta de algo melhor a fazer, proibiu as brigas de galo no país. Mas as brigas de galo e uma outra paixão nacional que é o jogo do bicho sempre foram toleradas em Brasília. Lá tudo pode.  

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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