Segunda-feira, 6 de setembro de 2021 - 16h15
Vivemos
tempos estranhos. Sou do tempo em que as escolas públicas e as poucos
particulares que existiam preparavam as suas fanfarras e tinham orgulho em
participar dos desfiles cívicos militares mostrando-se em evoluções e com
uniformes galardões apropriados. Vivi o frisson de um desfile militar como
soldado da FAB em 1968 e isso mesmo quando e se o país não vivesse um momento
político ideal. Vivi o regime ditatorial, os movimentos pelo fim do regime
militar e dos atos de exceção e lutamos cada um a seu modo pela democracia que
passou pelo primeiro teste de resistência com a morte de Tancredo Neves eleito
pelo voto indireto e a assunção do Sarney em 1985. Vivi a instalação plena e definitiva
da democracia brasileira com a promulgação da Carta Magna e com a confirmação
do atual estado democrático de direito no dia 05 de outubro de 1988.
Verdade
que nada se construiu sem lutas e debates próprios dos regimes democráticos. Só
de constituições federais experimentamos sete ao todo. O Brasil viveu períodos
duros e difíceis desde o início da proclamação da república em 1988 quando abandonamos
o modelo imperial vigente, optando pelo modelo republicano com representantes
escolhidos pelo voto direto do povo, com a delegação e divisão poder em forma
tripartite seguindo a teoria de Montesquieu, com poderes independentes e
harmônicos entre si sendo um, o executivo, outro, o legislativo e o judiciário.
Tinha tudo para dar certo, porém ainda assim vivenciamos duas ditaduras e
apesar delas, o sete de setembro sempre foi nossa referência e bússola, uma
data respeitada por brasileiros e pelo concerto das nações pela relevância que
foi a conquista de podermos gerir o nosso próprio destino. Foi um grande feito
e apesar dos nossos problemas estruturais enraizados, seguimos o caminho das
liberdades democráticas como conquista e prática do nosso povo, até que em
algum ponto a independência e a harmonia entre os poderes começaram a fazer
água.
É
que a carta de 1988 deixou uma rachadura no casco que foi se alargando e o
executivo passou a legislar por medidas provisórias, cá para nós, excrescência
não justificável e em contrapartida o legislativo avançou sobre o orçamento
numa relação simbiótica com danos expressivos para ambos. Instaura-se o “centrão”
na forma original com o toma-lá-dá-cá, o engavetamento de processos e as negociatas
por cargos. A corrupção toma conta do estado e o povo paga o pato, o peru e
galinha tudo com preço acima da tabela. Só faltava o judiciário, único poder
que não é eleito pelo voto e que não tem tempo de mandato, mas que entrou na
dança a partir das demandas para dirimir os conflitos dos dois brigões
executivo e legislativo.
O
poder além de exercer uma forte atração sobre quem o experimenta, também vicia.
É como uma droga. Quanto mais se usa, mais dele apropria, se deseja e se
amplia. Com o judiciário não foi diferente. Com os dois poderes enfraquecidos
politicamente, o judiciário passou a dar as cartas com base na interpretação do
texto constitucional, algo que não guarda previsão legal e assim, aos poucos
foram dando forma a um pensamento colegiado, substituindo ou não raro,
transformando-se em legislador ordinário. Ora por onde passa um boi passa uma
boiada e em alguma hora o STF ampliou os seus poderes e partiram para a censura
contra órgãos de imprensa, abrindo inquéritos de moto próprio, investigando
idem e julgando ibidem e já agora batalhando em nova frente sobre o direito de
opinião que não precisa de interpretação constitucional. Basta seguir o que diz
a letra ou o mapa da lei claríssimo e cristalino no artigo 5º incisos IV e IX sem
tirar e nem por. Mas é que a coisa desandou e até onde menos se esperava os
freios e contrapesos foram esquecidos. Ficaram as togas.
Amanhã
o sete de setembro se anuncia como algo estranho, como estranhos são estes novos
tempos que vive o país. A radicalização e demonstrações de berro e de músculos
podem não dar em nada e desejo que assim seja, mas a estupidez humana tenta
sempre e sempre sem razão, alcançar um outro patamar. E surge o Zé de Nana como
um “baixer ego” com toda sua picardia para me lembrar que “quem pode mais,
chora menos”.
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