POLÍTICA & MURUPI 18/02/09

 
Frase do dia:

"Não queremos dar relevo a algo que não tem especificidade. Se tiver, vamos apurar. Não há intenção de apenar o Jarbas, mas repudiar a afirmação genérica contra o PMDB " –  Michel Temer, presidente nacional do PMDB, sobre a entrevista do senador Jarbas Vasconcelos.

01 – Caso Olavo Pires de volta
A reportagem da Record News sobre a prisão de uma quadrilha de assaltantes em Minas acabou trazendo a coisa para Rondônia com a possibilidade real de que seja desvendado o segredo guardado desde o dia 16 de outubro de 1990, com a morte do Senador Olavo Pires. Registros relatam a prisão à época de: João Carlos Gonçalves de Araújo, Valéria Modesto da Silva, Raimundo Sena Rodrigues Filho, Randerrubeson Souza da Silva, Itabira Modesto da Silva, Laelio Lopes de Souza e Cristiane Rosine Prata. Perneta e João Goiano são citados mas, o tempo atuou sobre memórias e interesses. João Ferreira Lima, “Professor” ou “João de Goiânia” confessou agora o assassinato do Olavo, fato que já era do conhecimento da polícia. O MP-RO deve entrar no caso, para tentar descobrir quem foram os mandantes. E aí eu digo vixi...fedeu carbureto!

 
02 – O pequeno exército particular do Brasil
O Brasil tem 1,7 milhão vigilantes privados. É mais que o dobro da força oficial de 602 mil policiais civis, PMs, federais e bombeiros. Um pequeno exército de pouquíssimos donos – todos ricos, como o deputado Edmar, do castelo – numa proporção de quase 3 particulares para 1 agente público. A farra da segurança põe no chinelo os EUA – 2,5 por 1 e o México – 2 por 1. Do contingente total, 455 mil têm carteira assinada. O resto é “depois nós acerta”. Um exército que não para de crescer. Em 2008 quase 140 mil. De 2002 até janeiro de 2009, o aumento foi de 87%, contra apenas 5% da força oficial entre 2003 a 2006. No mesmo período a opção pelo privado em casas e empresas pulou 40%. E tentem saber quem é o dono. Tudo fanta. O que tem de laranja não ta no gibi.

03 – Jarbas Vasconcelos e o lança-chamas
Para variar, silêncio e o dito popular “quem cala consente”. Essa foi a tônica dos debates lá no “Clube Social Recreativo e Beneficente Senado Federal”. A nota do PMDB desqualificou a entrevista do Vasconcelos, tida como opinião genérica e pessoal. Jarbas que era um “general de bicheira” ganha o título distribuído apenas em tempos de guerra: “Marechal de Bicheira”, um exótico “manda brasa”. Sem nomes e sem provas, sua entrevista vai para o arquivo morto, na pasta verbal de “coisas ditas por dizer”. E no país da fantasia, a verdade do Jarbas virou fantasia. Afinal, tudo é carnaval mas, o que ele disse ficará incomodando. E no “clubinho” os filmes em cartaz durante o carnaval : O Predador , Navalha na carne e Dormindo com o inimigo. Escolhidos a dedo.

04 – Não é assim... uma Brastemp
A linha branca de refrigeradores tem também a sua caixa preta e a justiça quer saber o que existe lá dentro. Um “baculejo” internacional uniu a PF, autoridades dos EUA e Europa para investigar suposta formação de cartel na fabricação e venda de compressores para refrigeração. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos simultaneamente no Brasil, EUA, Itália e Dinamarca. No Brasil a “bacu” ocorreu na Whirlpool S.A., que controla as marcas Consul e Brastemp e fabrica o coração da geladeira, o compressor.  Depois dessa gelada mundial, a linha branca de refrigeradores que é branca mas não é lá uma Brastemp, vai precisar de muito OMO. Sabe aquele que lava mais branco? Pois é... fedeu.

05 – O primeiro dos primeiros
O TSE mandou o governador da Paraíba voltar pra casa e cuidar da vida. Sete outros governadores, inclusive Cassol, ainda estão na berlinda. No lugar do Cunha, assume o senador José Maranhão e para o lugar do Maranhão alguém que poucos sabem. Não importa. O importante e que é mais um que chega ao Senado, sem ter recebido um mísero voto sequer, engrossando a fila dos “senadores suplentes em exercício”. O fato não tem relevância para os sócios do “clubinho”, já que a entrada ou saída de um sócio é mera formalidade. Nada mudará enquanto a estrutura recreativa, beneficente e social permanecer como está. E Sarney, Renan & Cia. são a garantia de continuidade. Pra frente Brasil! 

06 – Ainda Olavo Pires
Causa estranheza um bandido de alta periculosidade como o “João de Goiânia” confessar um crime, ocorrido 20 anos antes, na frente das câmeras de TV. Mas puxando o fio da meada, ele havia sido preso pela polícia de Porto Velho na época do homicídio. No lufa-lufa na delegacia, duas figuras o acompanhavam e partiu de uma das figuras a instrução para que o João se calasse. Em Minas a polícia conhecia o passado da figura e aí foi só apertar que a jiripoca piou. A equipe que efetuou e prisão estava na sua cola há dois anos e com um motivo extra:  “João de Goiânia” assassinou um policial num assalto. Não por acaso a operação foi batizada com o nome do policial. Foi a fome e vontade de comer.

 

07 – Uma coisa puxa outra
Se confirmada a elucidação do caso Olavo – ainda que fruto do acaso – outros homicídios precisam voltar à tona. Alguns recentes como o caso do advogado morto no seu escritório, no centro de Cacoal. Outros casos mais antigos como o do jornalista José Carlos Mesquita, ocorrido em Ouro Preto, merecem que a investigação seja reiniciada até para eliminar dúvidas sobre nomes e pessoas que são citadas até hoje como envolvidas no caso e, para evitar que o acaso ou o “Sobrenatural da Silva” sejam determinantes. Quando a polícia investiga, elucida e entrega um bom inquérito à justiça, aumentam o moral da corporação e a percepção de segurança pela sociedade, num círculo virtuoso permanente. 

08 – Zona de exclusão
Duas excelentes notícias para o meio ambiente: A primeira é que pela primeira vez desde que começou a monitorar o desmatamento da Amazônia, o Inpe traz boas novidades e num estudo preliminar, baseado em amostra de 26 imagens de satélite, indica que 19,4% da área total desmatada – 700 mil quilômetros quadrados – possui florestas secundárias em processo de regeneração. Mas há um porém: a expectativa de vida das novas florestas é curta – cinco anos – até serem derrubadas de novo. A segunda notícia é conseqüência da primeira: com os dados é só excluir a movimentação humana na área. Ação cirúrgica.

09 – FeBeACon
Com tanta coisa grande por fazer, o Congresso se apequena. O salário de um “ínclito” deputado – parte fixa, ora pois – é de R$ 16.500, “baba da boa” para pouca produção mas, pode chegar a R$ 24.000 se vingar a armação em curso para eliminação da verba indenizatória – aquela em que o deputado troca uma pá de notas fiscais por grana, bufunfa, larjant – e incorporação de metade dela ao salário. Um desavisado cidadão pode pensar que até aí tudo bem pois se trocaria 100 por 50. Ledo engano. A nova Mesa Diretora prometeu divulgar na internet os gastos dos deputados e a “tchurma” do “clubinho” tem horror a essa coisa pobre chamada transparência. Salário maior, aposentadoria maior e sem explicar nada ao povão. E quem já viu “ínclito” largar metade osso? Mas nem...

10 –Outra coisa puxa outra
Acompanho à distância a pendenga sobre a possibilidade futura de contratação de pessoal pelo poder público, em regime celetista – com carteira assinada – e, como não sou favorável a qualquer uma das duas, fico a rir com o berreiro. Um auxiliar de escritório ganha em torno de 1 a 1,5 salários mínimos na iniciativa privada. O cargo equivalente no governo remunera em torno de R$1 mil, sendo concursado ou comissionado. Para ascensão profissional na iniciativa privada, o que conta é o mérito. No governo é uma farra. Quinquênios, incorporação de gratificações de cargos, esperteza em descobrir brechas de outras categorias, etc. podem elevar o salário de um simples auxiliar de escritório, nível médio, à ordem de R$15 mil ao mês. Como perguntar não ofende, lá vai: E por que não a CLT e o uso do mérito no serviço público? Quem pode mais, chora menos.  

Fonte: Léo Ladeia / www.gentedeopiniao.com.br
leoladeia@hotmail.com