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Leo Ladeia

Política & Murupi 13/03/11


 

Frase do dia

 

“Apesar das pessoas estarem acostumadas com terremotos, nada é comparável ao que está acontecendo por aqui” André Tal, jornalista da Record, no Japão

 

 

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01-Tá difícil

Falar de morte – única coisa imutável da vida – é sempre muito difícil. Quando ela atinge a família e pessoas próximas ou públicas a tarefa é mais espinhosa e se torna quase impossível quando ocorre com várias pessoas em acidentes ou em sequência como a que assistimos nos últimos dias. Ao sentimento de perda se juntam dores de diversos matizes e intensidades e a consciência da finitude das coisas e da vida. Cada um dos que partiram nesses últimos dias, Manelão, Paulo Queiroz, Valverde, Eli e um pouco antes Odair deixam marcas indeléveis.

02-Mais difícil

Se no plano local as mortes de pessoas próximas e públicas num curto período trouxeram dor e sofrimento, a tragédia que se abateu sobre o Japão, com um dos maiores terremotos de da história, nos deixou cara a cara com a sensação de solidão e impotência frente às forças da natureza. A tragédia não ficou restrita ao Japão e conseqüências mais graves poderiam ser registradas não fossem a competência e a história dos japoneses adaptados a uma região onde os sismos são constantes. A tragédia nos lembra que somos passageiros do mesmo barco.          

03-Vida de dinossauro

A tsunami que varre as ditaduras do Oriente Médio tem virado o mundo de ponta a cabeça mostrando que a dicotomia esquerda direita já não existe. As questões de lá passam longe disso. O muro de Berlim caiu, a China adotou o capitalismo, mas os dinossauros vêem a esquerda libertaria em ação pelo discurso anti EUA, ainda que Tio Sam tenha usado a cartilha vermelha para encarar a crise. Vida de dinossauro é doideira. Como são enormes, se você tocar fogo no rabo nada ocorre. Antes de chegar à cabeça o fogo apaga no meio e nem se dão conta do incêndio. Continuam lendo Marx, berrando “Go home” e com o rabo em chamas.       

04-Balões de ensaio

Começam a voar soltos por aí alguns balões de ensaio com nomes para ocupar a vaga do prefeito Roberto Sobrinho. A técnica é antiga, mas interessante. Na maioria das vezes quem solta o balão é o próprio interessado na vaga, usando o artifício do “estão lembrando meu nome mas...” Se o artifício chegar aos ouvidos certos o próximo passo é a propagação e depois é só administrar o vôo. O custo é baixo. Frequentar rodinhas e virar arroz de festa é o canal. Com sorte sua foto ao lado de um figurão cai na mídia e aí é chegada a hora de queimar o incen$o.  

05-Alto nível

A acusação exige que no mínimo sejam revelados os nomes de um e outro lado. A coisa é de nível e octanagem altíssimos quer pelas expressões utilizadas, quer pela denúncia feita. Quanto ao local para o “vou desmentir o Confúcio” o ideal é que seja naqueles mais apropriados como o Ministério Público, Polícia, Tribunal de Contas em lugar do “em todo canto que eu puder”, como teria declarado o Senador Ivo Cassol. Da minha parte, aguardo a denúncia formal e a apuração já que a todo parlamentar é assegurada a imunidade, inclusive pelo que expressa.

06-Acelerando

O ministro Joaquim Barbosa que relata o caso da vida de qualquer ministro está a todo vapor e acaba de determinar a quebra do sigilo fiscal dos 38 malinos envolvidos no esquema do mensalão. Sua decisão atende ao pedido do MPF e tem o objetivo de calcular multas de possíveis condenações. Além da quebra de sigilos o ministro quer os antecedentes criminais, degravação de depoimentos e cópia dos atos administrativos relacionados a procedimentos bancários narrados na denúncia e os que levaram à penalização de denunciados e do Banco Rural. A ação [enal 470 está no STF desde 2007 com precisão de ser julgada em 2012. Isso com certeza vai demorar muito, mas pelo jeito ainda vai dar rock pauleira.

07-Herói bandido ou vice-versa?

Isso ainda vai dar bode. Jaqueline Roriz, filha do ex-governador Joaquim Roriz foi pega com a mão na ma$$a por um vídeo do ex-policial Durval Barbosa que é ex-cupincha do Roriz e que pôs o ex-governador Arruda e o resto da bagaceira na corda bamba. Durval fez acordo para delação premiada, mas não entregou tudo. É o caso desse vídeo feito há 5 anos. Durval tem o comando, liberando o que e quando quer, mas pelo acordo deveria dar os anéis, salvar os dedos e não manter o indicador pronto para usar em deduragens seletivas. E a justiça engole.    

08-Fim da miséria

A idéia é excelente e necessária, mas vamos acabar primeiro com a miséria na China? A indústria nacional está no patamar de 2008, temos sérios problemas na infraestrutura, educação, ciência, tecnologia, saúde, segurança, saneamento e a fila é grande. Se acabar com a miséria como fala o governo é distribuir renda via programas sociais tipo bolsa família, estamos como alguém que tenta subir a escada rolante pela pista de descida por onde descem os chineses com as suas tranqueiras de preço baixo. E até quando a agricultura vai agüentar o tranco? 

09-A perda da inocência

No dia 16 de julho de 1945 o mundo perdeu a inocência ao detonar uma bomba nuclear no Novo México. Nos dias 6 e 9 de agosto o Japão e o mundo sentiram os efeitos com os ataques a Nagasaki e Hioroshima. Na sequencia, a corrida armamentista, os acordos de não proliferação e uma certeza: geração atômica só para fins pacíficos. Chernobyl e outra certeza: usinas atômicas são bombas estacionárias funcionando como acidentes controlados. O terremoto e explosão de Fukushima põe certezas em xeque. "O que ocorreu no Japão é um aviso para o mundo", diz Ângela Merkel da Alemanha. "Sabemos que nossas centrais são seguras, mas devemos analisar a situação após o que ocorreu no Japão". A caixa de Pandora foi aberta em 1945 e como na lenda só ficou a esperança.  

10-Pelados na bike     

Um protesto contra a falta de segurança e por mais espaço no trânsito reuniu 200 ciclistas paulistas que desfilaram sua nudez pedalando pelas ruas de São Paulo neste sábado à noite. A manifestação reuniu homens e mulheres alguns nus, outros com roupas íntimas, em trajes de banho ou com corpos pintados. Se a moda pega e como nas grandes cidades brasileiras o problema é o mesmo, haja paradas de pelados. Pepino para a polícia, revolta dos puritanos, bandeira para políticos e a festa orgástica para a galera que gosta de arranhar azulejos.
 

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Fonte: Léo Ladeia - leoladeia@hotmail.com
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