POLÍTICA & MURUPI 05/07

POLÍTICA & MURUPI

FRASE DO DIA

"Setores da mídia, que não conseguiram derrubar o presidente, agora querem ir à forra". Do Senador Renan Calheiros, tentando dividir sua carga com Lula

Pauta política de 01 a 10

01-Acabando a farra:

O Senador Expedito emplacou um projeto de lei na CAS e agora é esperar que seja aprovado nas outras instâncias. Pelo projeto, estarão impedidos de se aposentar pela seguridade dos congressistas os parlamentares condenados por desvios de recursos públicos durante seu mandato ou aqueles que renunciarem ao mandato pelo mesmo motivo. O senador Geraldo Mesquita defendeu o projeto e sugeriu que o mesmo tratamento seja dado aos magistradas. Para Expedito, “o grande número de denúncias envolvendo parlamentares impõe ao Congresso Nacional a adoção de medidas moralizadoras da conduta de seus membros”. Taí, gostei.

02-Para não perder o costume:

Menino birrento apanha até quando nada faz. É o que parece que está havendo com a ALE. Acostumada a apanhar, a ALE foi está levando um pau injustamente. Ocorre que o governo do Estado, leia-se Cassol, “solicitou” que se fizessem sessões extraordinárias para a aprovação de matérias importantes para o Executivo. Ora, manda quem pode e Cassol pode e manda. Com relação ao “larjant” é regimental que os deputados recebam quando houver convocação da ALE, mesmo se autoconvocação, que não foi o caso. O Zé Carlos cheio de Banzeiros lembra que o pau deveria ser dirigido ao Executivo, mas aí é o Cassol e o papo é “trabalho e respeito”.

03-Desempregado novo na praça:

O Senador Roriz renunciou ao mandato e saiu-se com uma frase tão bonita que por pouco não me leva às lágrimas: “Volto para o grande mistério da vida”, disse ele na carta-renúncia lida pelo Senador Mão Santa, já que o ex-senador, chegado a um dramalhão mexicano, se derramaria num pranto sem fim. Claro que culpou a imprensa, os colegas, mas não culpou os descuidados assessores que permitiram a escuta. Claro que jurou inocência, razão pela qual a renúncia perde para mim o sentido. Não falou da grilagem de terras, pois não fazia parte da denúncia, mas negaria, é claro. Mão Santa chegou a compará-lo a JK. Jesus...Menos, Mão Santa, menos.  

04-PSol – el matador:

Após a leitura da carta renúncia, meia dúzia de seis gatos pingados que estavam no plenário falou sobre o desapeado do cargo, Roriz. No meio dos gatos estava Wellington Salgado, protetor dos fracos e oprimidos, que tentou jogar a culpa do infortúnio do Roriz no PSol. Mal sabe o salgado senador, que o matador PSol e sua atiradora de elite Heloisa Helena, já pôs o suplente do Roriz, também mais sujo que pau de galinheiro, na alça de mira.  O nome da figura é Gim Argello que é acusado de receber propina e de grilar terras. Se o PSol abrir a temporada de caça, não vai sobrar pro fumo e couro de senador, muito furado, vai cair de preço.

05-Churrasco bem passado:

Não chamem para o mesmo churrasco, mesmo que a carne seja de doação de algum figurão das Alagoas, tipo o senador Renan Calheiros, os donos de jornais e revistas, cognominados pelo pai da Maria do Calvário como “mídia facista” e o próprio doador da carne. Renan mexeu numa casa de caba e o antenado Ricardo Noblat faz o alerta em sua coluna hoje. “Orientação à mídia facista: foco no Renan”. Pelo jeito, vem mais um festival de denúncias contra o “inocente” nas revistas semanais. A “mídia facista” vai juntar obrigação e prazer. E tome mais churrasco.

06-Peixada “reimosa”:

Já que o assunto é repasto, não convidem também para a mesma peixada, a Senadora Fátima Cleide e o Deputado Alex Testoni. A senadora detonou o Testoni dizendo que o seu projeto lá para as bandas do Guaporé, vai trazer problemas para os pescadores da região. Alex preparou farto material e deve ir à forra, respondendo em alto e bom som. O bruxo Carlos Sperança está ligado no assunto, já tratou dele hoje, no site www.gentedeopinao,com.br e promete trazer mais revelações. Como se não bastassem os bagres do Madeira lá vem o pirarucu do Guaporé. Vou ter indigestão de peixe.

07-Como ele nos vêem lá fora :

O respeitado jornal inglês, Financial Times, aborda a crise do Senado brasileiro e diz que o fato "vem desafiando a credulidade dos brasileiros comuns, já acostumados a escândalos políticos" e acrescenta: "Pela confissão do próprio senador, um empregado de uma empresa de construção contratada para grandes obras públicas dependente de emendas sob o controle de Calheiros, todos os meses por dois anos enviava pagamentos em dinheiro de cerca de R$ 12 mil para uma ex-jornalista com quem o senador casado tinha um caso e com quem tem uma filha de 3 anos. Calheiros diz que isso não o torna culpado de nada". Como Renan diz que fará sua defesa em qualquer lugar, é provável que um dia desses, dê um pulinho na Europa.

08-Furacão recorrente:

Na terceira fase da Furacão, a PF prendeu ontem mais oito pessoas. Um dos detidos acusados de envolvimento com a máfia de exploração do jogo ilegal é o ex-deputado federal José Índio de São Paulo. Índio e um assessor teriam a função de fazer lobby no Congresso, especialmente na CPI dos Bingos, para evitar que a comissão desse prosseguimento às investigações. Já os delegados e policiais presos ontem são acusados de receber propina para não incriminar envolvidos em um inquérito sobre bingos em 2005. Que bom. Já estava sentindo falta da PF.

09-Está estreito para o Renan:

Deputados e Senadores que lutam pelo afastamento do presidente do Congresso Renan, prometem um ato de protesto no dia da votação da LDO que deve ocorrer até o próximo dia 17. Detalhe: no dia seguinte começa o recesso parlamentar. Se não houver votação, as férias serão suspensas, pois a LDO é que define as metas da administração. Chico Alencar do PSol dá o mote: “A expectativa é que ele tenha o bom senso de não presidir. Não aceitamos ele como presidente do Congresso, pelo menos até que tudo seja esclarecido. Ele pode ser presidente do Senado, mas do Congresso ele não é mais”. “Fedeu carbureto”, diz o linguarudo, Zé de Nana.

10-Cheiro de pizza:

Nenhuma surpresa. O Conselho de Ética do Senado terá uma comissão tríplice para julgar o caso Renan. O independente Renato Casagrande do PSB de um lado e a moderada Marisa Serrano do PSDB farão companhia ao comandante em chefe da tropa pró-Renan, Almeida Lima. As negociações foram intensas e Marisa entrou no lugar de Demóstenes Torres, vetado pelo PMDB. Casagrande entrou mais como desagravo ao fato de ter sido desconvidado pelo Leomar Quintanilha. Já o Almeida Lima entrou na base da força política e do poder de mando do próprio Renan. Uma relatoria muito “meia-boca”.   

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