Terça-feira, 10 de outubro de 2006 - 12h29
Vi o debate entre os candidatos a presidente da República, na Rede Bandeirantes, no domingo passado.
Creio ser irrelevante se os institutos de pesquisas apontem ou não Alckmin ou Lula, quem tenha vencido o primeiro debate.
Já para o telespectador, penso que sim, o que importa mesmo foi a imagem que ficou se o leitor preferir a visibilidade, tudo bem, dá no mesmo - seja ele/ela lulista ou alckmista.
Agora, com alguma certeza, minha certeza, embora tenha muitas dúvidas, minhas dúvidas, pois não sou alienado político e nem medíocre, a imagem do candidato Lula que ficou é idêntica a do presidente Lula num único e televisivamente visível aspecto: a insegurança.
Falo com a isenção de quem votou na senadora Heloisa Helena. Daí a pergunta que não quer calar: o que terá motivado tamanha insegurança?
Tenho lido que tanto Lula quanto Dirceu são animais políticos. Se fosse assim, a arrogância real e televisiva do ex-ministro seria instintiva, certo? Ocorre que instinto por instinto ambos provavelmente têm, como animais políticos.
Não faz sentido dizer-se que só o segundo tem curso superior, por que não cola. O saber arrogante é demonstração de pouco saber. E presidente da República, com ou sem diploma universitário, necessariamente não precisa ser arrogante, mesmo que fosse por conta do instinto do "animal político", ou o que isto queira significar politicamente, e que escapa ao cronista.
Ora, dirá o (e)leitor de Lula: ele ganhou o debate e não foi arrogante. Enquanto o (e)leitor de Alckmin, dirá o contrário.
Torcida por torcida o presidente Lula, que sempre usa metáforas futebolísticas, um viés característico da sua cultura, estava mais para, naquele domingo, o expectador de um jogo do Corinthians x Palmeira, do que transpareceu da sua insegurança ou receio (de um torcedor corinthiano) naquele debate.
Sucede que, uma certeza a torcida de ambos os times teve, porque viram, ouviram e tiveram que engolir: o candidato Alckmin chamou de mentiroso, várias vezes, o candidato/presidente Lula. E isso é muito grave. Ademais de que, ao negar, sua resposta corporal foi congruente com sua visível demonstração de insegurança. E pior, não conseguiu convencer a torcida, leia-se, o telespectador.
Claro que os estudiosos da linguagem não-verbal hão de concordar com este escriba: o candidato Lula passou para o geral da população, e de modo particular para a generalidade dos especialistas na leitura dela, muito do que ele disse e disse que não-disse, através da leitura corporal da linguagem não-verbal dele.
Discordo de quem reiteradas vezes tem chamado o candidato Alckmin (médico anestesista, ex-vereador, ex-prefeito, ex-deputado estadual, ex-deputado federal, ex-vice-governador e ex-governador) de "picolé de chuchu". Alguém, desrespeitosa e preconceituadamente, que tem, também, minha veemente discordância, se atreveria chamar o outro candidato de "picolé de cachaça"?
Li, e não me contive de rir e mais ainda de refletir, crônica do jornalista Clóvis Rossi, da Folha, cujo título é: A assombração. Transcreverei para o (e)leitor, caso ainda não tenha tido tempo de ler, alguns trechos, ou para que sorria também, ou para sua reflexão, o que penso seja mesmo o melhor.
"Aconteceu domingo com Luiz Inácio Lula da Silva ante um Geraldo Alckmin subitamente transformado de "picolé de chuchu" em atirador de facas".
E, no período seguinte: "O debate da Band serviu para demonstrar, uma vez mais, que, apertado, Lula entrega os companheiros sem a menor cerimônia para tentar livrar-se do fantasma que persegue o seu governo e o seu partido. Já havia ocorrido em entrevistas a William Bonner/Fátima Bernardes e, antes, a Pedro Bial, todos da Globo".
Para finalizar, mais este, em resposta à pergunta do jornalista Franklin Martins, que estava presente ao debate: "(...) Se Lula não sabe das coisas, quem pode garantir que, no futuro, não se repitam os crimes cometidos (e confessados) às costas do presidente? Pior: quem pode garantir que neste exato minuto algum "aloprado", como diz Lula, não esteja tramando algum novo trambique em alguma sala do próprio Palácio do Planalto?".
Em tempo: Como não anulo ou voto em branco, filiado que sou ao PSB, declaro aqui (como já o fizera em crônica anterior) que irei votar para presidente no experiente homem público, o ex-governador Geraldo Alckmin.
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