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Sandra Castiel

Nós e a eternidade


Sandra Castiel - Gente de Opinião
Sandra Castiel

A morte de entes queridos, não obstante aspectos subjetivos como fé e religião, nos devasta; conviver com a ausência absoluta da voz, do riso, da companhia de quem se ama é avassalador. Será ad eterno, ou no reino dos mortos haverá reencontros? É tão consoladora esta possibilidade!...Ponho-me a pensar nos aspectos filosóficos que sustentam a pluralidade de posicionamentos do ser humano face a esta implacável realidade: todos partiremos.

      Na mitologia grega, a morte significa uma passagem da vida, para o mundo dos mortos. Na ocasião da morte, a alma se separa do corpo e segue para o reino de Hades, submundo, ou mundo inferior. Porém, nem todas as almas chegam até Hades: Caronte é o barqueiro que conduz as almas dos mortos ao longo do rio Estige, divisor entre os dois mundos; a viagem a Hades requer um pagamento a Caronte. Por isso, a família do morto costuma colocar em sua boca uma moeda de ouro ou prata, a fim de que o barqueiro conduza a alma do recém-falecido até o reino de Hades. Se não houver pagamento, a alma não embarca e fica vagando pelas margens por um século. A viagem até o palácio de Hades é terrível: o barco passa pelo rio das aflições e dores, pelo rio dos gemidos e lamentos, pelo rio gelado dos horrores, pelo rio das chamas que nunca se extinguem e finalmente pelo rio do esquecimento; todos esses rios conectam os diversos planos de Hades. Na chegada ao castelo, e após o desembarque, as almas se apresentam ao grande tribunal para serem julgadas; este julgamento sela seu destino. 

 

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Na literatura comparada, podemos observar que há diferentes mitologias sobre a criação do mundo e sobre  a morte dos homens, em conformidade com as diferentes culturas que habitam o planeta; rabisquei fragmentos da mitologia grega sobre este tema, por dois motivos: 1) desde a juventude, apaixonei-me por sua beleza, sobretudo por suas construções metafóricas, construções  que enriquecem a imaginação do leitor, instigando-o a aprofundar-se mais e mais nas descrições minuciosas de todos os aspectos do comportamento humano (comportamento este presentes nos deuses):seus sentimentos, imperfeições, atitudes, escolhas, conflitos e dramas;  2) a explicação para o segundo motivo é óbvia: a Grécia é o berço da civilização ocidental.

      Felizmente existem forças que confortam a alma humana, tais como a fé e a religião. Neste quesito, sou uma bruxa, pois só minhas crenças são capazes de sustentar as complexidades de minha mente (por vezes) torturada: espíritos, energias, santidades, divindades, anjos, milagres, coisas assim. Este simbolismo, que habita meu “entendimento” sobre o incompreensível, trouxe-me verdadeiro alento quando senti, em passado recente, o véu negro da morte (eternidade) a cobrir-me os olhos: um anjo a quem chamo Maria retirou dos meus olhos o véu da escuridão e acendeu a luz.   

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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