Sábado, 24 de fevereiro de 2024 - 12h34
A citação do holocausto por Lula
foi equivocada. Ele acertou ao declarar que o povo judeu, vítima da aniquilação
nazista, não pode aplicar tratamento semelhante ao povo palestino. O erro está
na oportunidade que ofereceu ao criminoso de guerra Benjamin "Bibi"
Netanyahu de requentar o já desgastado discurso da defesa contra o terrorismo
do Hamas.
Ademais,
a associação da
matança na Palestina à desumanização do holocausto não é exclusividade de Lula.
O jornalista Gleem Greenwald enumera diversos episódios. Um deles foi
protagonizado pela escritora judia russa Masha Gessen, recebeu o Polk Award,
segundo prêmio mais importante no jornalismo dos EUA, pelo brilhante ensaio
publicado na revista New Yorker com o título "Na Sombra do Holocausto".
Gessen aponta como o Holocausto é frequentemente evocado para silenciar as
críticas aos crimes de guerra de Israel.
Lula disse, em
novembro, que Israel pretendia ocupar a Faixa de
Gaza e "expulsar" os palestinos do território. Isso parece a cada dia
mais evidente, já que o ataque é cada vez mais claramente contra o povo
palestino do que contra o Hamas. Mas, também naquela ocasião, as palavras do
presidente brasileiro provocaram indignação entre os judeus.
Exemplo disso foi a reação de um integrante da
cúpula da Confederação Israelita do Brasil (Conib) para o blog da jornalista
Andréia Sadi. Não houve ali qualquer vestígio de pudor ao usar o holocausto
como ferramenta retórica: "Desde o começo dessa trágica guerra, provocada
pelo mais terrível massacre contra judeus desde o holocausto, Israel vem
fazendo esforços visíveis e comprovados para poupar civis palestinos”. É mesmo?
Conta isso aos 30 mil palestinos civis – especialmente mulheres e crianças –
mortos por Israel nessa vingança insana.
Ou seja: quando é para
justificar
a matança de crianças palestinas, então pode falar em holocausto, para lembrar
que abaixo dele vale tudo.
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