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OPINIÃO: Minas e seus nomes



É com esmero que o presidente da Academia Mineira de Letras, Murilo Badaró, se debruça sobre a história política de Minas e dos mineiros no século passado e nos dá os melhores fatos. De sua lavra já saíram quatro belas e destacadas biografias, misturando cenários que conduziram a política mineira na Nova República. A primeira foi a do folclórico José Maria Alkmim, em 1998. Daí, Murilo não parou mais. Vieram, nos anos seguintes, Milton Campos - O Pensador Liberal, e Gustavo Capanema - A Revolução na Cultura, ambos em 2000.

Agora, alguns anos depois, como se descansasse de uma longa caminhada até onde principia o mistério do drama e da flora na alma destes mineiros que fizeram a história do Brasil republicano, Murilo Badaró lança, em 2010, o imperdível “Bilac Pinto, o Homem que salvou a República”.

O livro é, sobretudo, uma lição de história, uma preservação de nossa memória, uma aula do que foi o Brasil na metade do século passado. Deputado, ministro e senador, Murilo Badaró fala do que viu, ouviu e viveu. Poucos teriam a capacidade de decifrar a história de figuras emblemáticas com tanta propriedade e conhecimento de causa como Murilo, pois ele revê a história nas entrelinhas, mais que nas páginas do diário oficial.  Murilo sabe o antes, o durante e o depois. Sabe a verdade dos gabinetes, dos bastidores; a verdade das ruas e das urnas. Fez parte de ambos, sempre de forma destacada.

O título do livro deriva do golpe dado contra Juscelino, não contra a república trabalhista que Jango nunca teve e nem teria competência para comandar. A versão institucional não se ajusta à verdade histórica, aquela que enganou a todos, até Juscelino e Bilac Pinto, ambos ludibriados e apeados do prometido poder futuro.

Para entender parte dessa história, coisa que nem mesmo os mineiros dizem a si mesmo, vale relembrar o discurso de Bilac Pinto, que está inteiro no livro, consumando o final do desastroso mandato de João Goulart, pouco antes da ditadura engolir os nomes mais preciosos de Minas que ladeavam o poder que ascendiam, permitindo a uma outra geração um efêmero poder como recompensa.

Como que se falasse do processo que ele liderava e de seus resultados, Bilac, com sua inteligência superior, antevê o futuro, sem saber que esse futuro seria duramente duradouro. Assim vai ele: “A investidura legal no cargo de presidente da República constitui apenas condição de legitimidade para que um cidadão exerça esse alto posto, mas ela, por si só, não realiza o milagre de colocar o titular à altura de sua missão e nem o transforma num autômato capaz de desempenhar com matemática precisão cada uma de suas funções. A presidência da República, para ser exercida com razoável eficiência,  exige que seu titular, além de reunir as qualidades pessoais que o habilitem  a desempenhar a chefia da administração civil, das Forças Armadas e da política externa, tenha também aptidão para exercer o papel de líder nacional, que é inseparável da sua condição de chefe de estado”.

 Bom, Murilo está em plena forma. Para saber de Minas, é só perguntar a ele. Para saber sobre a política mineira, é só estar com ele. Agora, para saber a vida e obra de mais um destacado mineiro, é só aguardar, coisas novas vêm por aí. Quem sabe João Pinheiro, um homem tão comentado, seja o próximo biografado!

Petrônio Souza Gonçalves é jornalista e escritor – www.petroniosouzagoncalves.blogspot.com

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