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Os engenheiros de obra pronta ignoram a realidade


Vanderlei Oriani - Gente de Opinião
Vanderlei Oriani

É muito fácil, para quem não segura o leme do barco, dizer que o capitão errou durante a tempestade, mas tentar ignorar que ela foi pesada, que produziu fortes avarias e que só a perícia do timoneiro conseguiu fazer com que se atravessasse a tormenta é, no mínimo, uma falta de bom senso ou, se quisermos ser realistas, má fé. A grande realidade é que não se pode comparar o governo de Jair Bolsonaro ou de Marcos Rocha sem considerar que enfrentaram tempos particularmente difíceis. Basta atentar para o ano de  2020, que  produziu grandes danos nas economias e na capacidade de governar tanto que  o Banco Mundial caracterizou  a época como de  uma recessão econômica mais profunda do que a crise financeira mundial de 2008-2009 e a crise da dívida da América Latina nos anos 1980. Não se pode deixar de frisar que tivemos, praticamente, dois anos onde além da queda das atividades econômicas, da movimentação nas grandes cidades, dos problemas de emprego e renda ainda por cima tivemos efeitos diretos sobre o meio ambiente, como a diminuição da emissão de poluentes na atmosfera e um aumento forte na quantidade gerada de resíduos sólidos domiciliares (15-25%) e na geração de resíduos hospitalares em unidades de atendimento à saúde (10 a 20 vezes).

 

É preciso ainda dizer que, com reformas, e flexibilização da política monetária a economia mostrava sinais de recuperação econômica depois de mais de 7% de queda da atividade econômica nos dois anos finais do governo Dilma Roussef, que ocasionou a maior recessão em cem anos de história econômica do país. Assim, quando se iniciava um período de crescimento, a trajetória foi interrompida a partir da chegada do vírus no país. Neste sentido, os efeitos econômicos do coronavírus foram brutais na medida em que, como aconteceu no mundo inteiro, as medidas restritivas, o “fique em casa”, com o falacioso lema de que a economia se vê depois, ocasionou não somente as perdas de 2020, quando a economia brasileira encolheu 3,9% devido à pandemia, como também a cessação de um ciclo virtuoso que se iniciava de crescimento. A grande realidade é que se tratou de uma experiência na qual não se sabia qual rumo tomar e, neste sentido, tanto o governo federal quanto o de Rondônia tomaram as medidas que julgaram corretas para manter a saúde e a atividade econômica em funcionamento. É fácil ser juiz e dizer o que se poderia fazer diferente depois que a tempestade amainou. Difícil foi enfrentar a tempestade. E o acerto na condução foi comprovado pela superação da pandemia e a recuperação da economia brasileira que cresceu, em 2021, 4,6%, o maior crescimento em dez anos, e, em 2022, mesmo com a Guerra da Ucrânia e seus efeitos sobre os combustíveis, o Brasil deve crescer por volta de 3% este ano. Em Rondônia não foi diferente, superamos a pandemia com uma queda de apenas -1,3% em 2020, bem abaixo da média brasileira, e em 2021 crescemos 4%. A previsão, em 2022, é de que crescermos 3%, mas é possível que o PIB seja maior. Perdemos empresas, perdemos empregos, tivemos problemas com a educação? Sim. Mas, como se poderia ser diferente? As críticas que fazem ignoram que, depois da obra feita, é muito simples dizer que se pode fazer melhor. Mas, superar uma pandemia e retomar o desenvolvimento de um país e de um estado, como se pode observar no resto do mundo, não é nada simples. Em época eleitoral qualquer candidato vira mágico. Mas, na vida real não existe mágica. É preciso, como se fez, ouvir a população, buscar soluções de forma democrática e ter responsabilidade social e fiscal. Discurso não faz o navio chegar ao porto. 

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