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Artigo

Os embates na intralogística com a mão de obra e a evolução tecnológica


Reinaldo A. Moura - Gente de Opinião
Reinaldo A. Moura

Os efeitos da escassez ainda de mão de obra qualificada na intralogística são perturbadores. Os novos trabalhadores de movimentação e armazenagem de materiais não desejam hoje se sujeitar as tarefas 3K (que, em japonês, significam: sujas, perigosas e pesadas).  Os operários mais experientes também não querem continuar praticando as tarefas de carga/descarga de caminhões, carregar caixas para o estoque e abri-las para executar o picking fracionado de acordo com os pedidos, e embalar e conferir as remessas a serem expedidas e assim sucessivamente.

Em síntese, as tarefas de intralogística, tornaram-se um forte potencial a automação. Assim, observa-se a tecnologia evoluir e solucionar estas questões e outras similares. Neste momento há diversos meios e ferramentas que já estão sendo aplicadas em indústrias e centros de distribuição e que serão apresentados ao mercado principalmente por meio das feiras de negócios em logística, além de outras ações pontuais.

Apesar de muita inovação, nada foi descoberto ou criado sem uma base de conhecimentos que evoluiu nas últimas décadas. A intralogistica é a nova forma de ver o clássico material handling (manuseio) dos norte-americanos, enquanto manutention evoluiu para o loger (abastecer em francês), e vale destacar ainda o sistema Toyota de Produção que, nos anos 1990, motivou o pensamento Lean.

Partindo do todo, na Cadeia de Suprimentos ou Supply Chain, vemos uma integração cada vez maior dos sistemas de planejamento e gestão (ERP, TMS, WMS, WCS, MES e outros) proporcionando uma visibilidade de ponta a ponta, com o emprego de sensores, IoT, RFID, etiquetas inteligentes e dispositivos conectados para monitorar em tempo real inúmeras variáveis como temperatura, inventário, ocupação, entre outras.

Há uma comunicação ultrarrápida e estável dos robôs por meio de tecnologias de conectividade, sistemas de apoio à decisão avançados, com apoio da IA para otimização de recursos e processos.

Surgiram também os veículos autônomos e drones para vencer os desafios da logística e que fazem interface com a intralogística. Os sistemas logísticos (inbound e outbound), gestão de fretes, devoluções, logística reversa/circular também contribuem para agilização e avanços no processo.

A lista de novidades na logística é animadora com a automação de processos de compras, programação, transporte, armazenagem, e programação de entregas/docas. Em nossos dias, há grande presença de armazéns automáticos com transelevadores, shuttles, empilhadeiras autônomas, conveyors e sorters inteligentes e paletes, e unitizadores que evoluem a cada edição de nossos treinamentos ou seminários nesta área tão complexa, mas fascinante.

Já estão ficando frequentes robôs (manipuladores), com visão computacional e machine learning, que evoluem também para a forma humanoide. E há mais novidades ainda, como a IA analytics, gêmeos digitais e dashboards inteligentes que são aplicados cada vez mais em um ambiente de segurança cibernética e operacional para uma gestão robusta da operação.

Os adventos abrangem também a sustentabilidade e eficiência energética, racionalização de embalagens e fluxos para reduzir a emissão de C0. Estes tópicos são apenas uma amostra do estado da arte da intralogística pelo mundo e que também se apresenta no Brasil. Não se pode, portanto, lutar contra os avanços tecnológicos e operacionais, pois ninguém jamais venceu essa batalha. O caminho certeiro é a tecnologia.


*Reinaldo A. Moura é engenheiro industrial com mais de 50 anos de experiência, é fundador do Grupo IMAM (1979) e atual conselheiro. Pioneiro na introdução de conceitos como Intralogística, Kanban, 5S e Lean no Brasil, atuou em mais de 100 empresas com treinamento e assessoria. Diretor técnico das Missões de Estudo da IMAM ao Exterior, é também publisher da Revista LOGÍSTICA desde 1980, atual conselheiro da INTRA-LOG Expo & Fórum. Possui formação pela FEI e mestrado pela Poli-USP, além de ter lecionado em instituições como FEI, Mackenzie e Mauá. Autor de diversos livros.

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