Quinta-feira, 28 de janeiro de 2021 - 12h32

Quando pensamos no tema educação, nos lembramos de grandes pedagogos,
pensadores e estudiosos dos séculos passados, mas raramente associaremos este
tema tão interessante a algum santo da Igreja Católica. Porém, com tamanha
alegria, apresento para vocês uma referência neste assunto: São João Bosco,
conhecido popularmente como Dom Bosco, um sacerdote italiano, que viveu no
século XIX, fundador da Congregação Salesiana e canonizado em 1934 pelo Papa
Pio XI.
Dom Bosco enfrentou na cidade de Turim, localizada no norte da Itália,
um grande desafio: formar e educar crianças, adolescentes e jovens, excluídos e
explorados por uma sociedade oportunista, em plena Revolução Industrial, no
qual a educação não era nem um pouco evidenciada, pelo contrário, estava
sucumbida pela mão de obra barata e pelas cifras lucrativas dos ricos barões,
donos de fábricas com turnos intermináveis e condições precárias de trabalho.
Em seu chamado vocacional, aquele pobre sacerdote de estatura baixa e de
um coração gigantesco havia compreendido que seu campo de missão seria acolher
aqueles meninos marginalizados, dar-lhes um lar digno, repleto de amor,
capacitação profissional e, acima de tudo, uma espiritualidade pautada na
misericórdia de Deus. E foi assim que, incansavelmente, Dom Bosco fez.
Impulsionado pelo lema: "Da mihi animas cetera tolle”, que significa
“Dai-me almas e ficai com o resto”, ele gastou toda a sua vida pela salvação
dos jovens, principalmente dos pobres e abandonados.
O santo dos jovens, como é popularmente conhecido, desbravou muitos
campos, foi além do seu tempo, e como um visionário, também contribuiu muito no
campo da educação, desenvolvendo métodos muito úteis ainda nos dias de hoje.
Dom Bosco criou o Sistema Preventivo, que se opõe a todo e qualquer tipo de
repreensão, e se baseia, sobretudo, na relação, onde o educador enxerga o aluno
como um amigo, e este o vê como um benfeitor, que o aconselha e quer ajudá-lo a
ser melhor.
E dentro daquele cenário de exploração e agressão, que Dom Bosco via
atingindo todos os dias seus jovens, percebeu que era necessário fazer algo com
a finalidade de uma comunicação educativa válida, de modo que a linguagem do
amor fosse indispensavelmente colocada em primeiro lugar. Não basta ao educador
amar os jovens; isto é, não basta que os jovens sejam amados pelo educador,
eles devem saber que são amados por ele. Esta é uma das intuições psicológicas
e pedagógicas mais brilhantes criadas por Dom Bosco.
E precisamente pela necessidade de “os jovens saberem que são amados”,
surge a importância de que o educador manifeste o seu amor, e isso se dá, inevitavelmente,
por meio da presença. E Dom Bosco ensina que a melhor forma para que isso
aconteça é compartilhar as alegrias com os jovens, viver em contato com eles,
compreendê-los, tentar sintonizar-se com seus sentimentos, não pensar em
esquemas mentais irreconciliáveis, mas compreender suas situações, dúvidas e
necessidades. E para que o círculo educacional entre o educador e aluno se
feche é preciso que haja familiaridade, confiança, amizade verdadeira,
principalmente no pátio, ou seja, no contato informal, rejeitando então toda
apatia e indiferença.
Em nosso contexto atual podemos constatar que isso é verdadeiramente
muito aplicável e funcional, e até percebemos, neste período em que vivemos,
como a tecnologia pode ser uma ajuda interessante. As escolas e os centros de
formação profissional não deixaram de ser eficazes, mesmo em meio aos desafios
da pandemia.
O ambiente digital tornou-se então uma forma de se comunicar e de estar
presente. E também nos levou a enxergar como é tão necessária a relação humana.
Que não é suficiente uma tela como um instrumento de aproximação, mas que é
preciso, de fato, o encontro, o estar juntos, aprender e ensinar por meio do
toque e do olhar, e assim, partilhar, alegrar-se, recolher lágrimas e
deixarmo-nos tocar pela grandeza da relação e do afeto, pois ensina também Dom
Bosco que “a educação é assunto do coração”.
Somos então convidados, principalmente por Dom Bosco, que liturgicamente
celebramos sua memória no dia 31 de janeiro, a sermos os primeiros portadores
do sacramento da presença em nosso coração. Mesmo que atualmente o ensino
remoto seja uma saída eficaz, não podemos correr o risco de nos acostumar com a
ausência das relações, no ambiente familiar e também no ambiente escolar.
Deixemos que os ensinamentos deste santo tão atual, ilumine nossos passos e
principalmente o futuro das novas gerações. São João Bosco, rogai por nós!
*Thulio Fonseca é ex-aluno salesiano e missionário da
Comunidade Canção Nova, atualmente na Frente de Missão em Roma - Itália.
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