Segunda-feira, 21 de agosto de 2023 - 11h36

Dados publicados recentemente mostram que o Brasil chegou a menor taxa
de desemprego desde 2014 – 8% da população. O índice, associado à alta no
rating do País para investimentos vindos do exterior e à baixa na inflação,
contribuirá para a redução dos juros internos pelo Banco Central, o que já é
uma expectativa de todos os analistas e da população. Entretanto, essa “chuva”
de boas notícias na economia macro (externa) e micro (interna) não tem tido, de
certa forma, grande efeito no país em razão ao grande número de jovens que “nem
estuda, nem trabalha”.
A expressão “nem-nem” atravessou fronteiras. Segundo o relatório
Education at a Glance, publicado em 2022 pela Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), na faixa etária entre 18 e 24 anos, 37 países
tinham jovens que figuravam nesta condição, sendo que o Brasil estava na 2ª
colocação, ficando atrás apenas da África do Sul.
O Brasil vive hoje um cenário único. Há uma geração de jovens, entre 15
e 29 anos, composta por mais de 50 milhões de pessoas. Apesar deste bônus
demográfico, em contrapartida, o alto índice de jovens “nem-nem”, que
representa 36% deste total, não dá conta de que em breve toda esta população
estará desqualificada e despreparada para produzir e gerar renda, fato que
representará um custo alto para o país no que se refere às políticas
assistencialistas ou políticas de segurança pública.
Este problema merece toda atenção e gera preocupação, pois se trata de
um país em desenvolvimento. Ao que tudo indica, se tudo continuar como está, em
breve o país terá uma geração que não será capaz de sustentar a população mais
velha. Dessa forma, é urgente que toda a sociedade brasileira encare essa
parcela da população e exija políticas públicas específicas para a juventude,
pois além das dificuldades já conhecidas, como o alto índice de desemprego dos
jovens, os efeitos da pandemia da Covid-19 agravaram a situação para essa
parcela da população, que apresentou uma evasão escolar com altos índices.
O Brasil não dispõe de uma política nacional para a juventude que
estabeleça ações articuladas e que proporcione oportunidades de formação
profissional para todos ou promova uma educação de qualidade que possibilite o
prosseguimento dos estudos. Por essa razão, é essencial que o estado reverta o
problema por meio de políticas públicas estimulantes e que criem oportunidades
para o ingresso no mundo do trabalho.
O grande problema identificado atualmente é que os jovens não se
interessam pelos estudos, por não terem interesse pelas matérias aplicadas e
por não enxergarem um futuro a partir delas. A reforma do Ensino Médio, que vem
sendo implementada desde o início de 2023, possibilitará que ele escolha uma
trilha, um curso profissionalizante, que poderá servir de estímulo. Isso
significa que a educação pode ficar mais contextualizada, pois, por um lado, o
jovem estará aprendendo o que realmente deseja e, por outro, permitirá que as
empresas contratem a juventude, o que ajudará o Brasil a reverter este quadro.
A reforma vai atingir apenas uma parte da população que está no ciclo de
estudo. É relevante que este grupo populacional importante não seja considerado
perdido, ou estaremos desperdiçando mais do que uma geração. Estaremos
determinando como perdida uma batalha de valorização social do trabalho e de
efetiva capacidade produtiva. E a distância da evolução tecnológica quando
comparada com a evolução de capacidade produtiva e social de um país pode
inviabilizar de vez o outrora considerado país do futuro.
* Francisco Borges é mestre em Educação e consultor da Fundação de Apoio
à Tecnologia (FAT).
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