Quinta-feira, 12 de agosto de 2021 - 10h49

Quando falamos de
violência ou tortura pensamos logo em agressão física. O abuso ou violência
psicológica tem por características palavras ou atos que coloquem a mulher em
uma condição de humilhação, privação de sua liberdade de falar ou expressar,
ser subjugada. Também gera a degradação da sua moral, quando é impedida de exercer
sua vida social ou crença.
É importante sempre
falarmos sobre esse tema, pois como não existe uma agressão física com
empurrões, socos e sem a utilização da força física, muitas vezes a mulher não
sabe que está vivendo uma violência. É interessante notar que o agressor também
não entende isso como uma violência. Ele entende que agressão ou violência
doméstica é apenas quando tem empurrão, chute ou espancamento. Hoje, como essas
mulheres estão tendo voz, entendemos essa violência psicológica, que inclusive
consta na lei Maria da Penha e é passível de punição.
O abuso não
acontece por acaso ou do dia para noite, a pessoa já vem dando indícios no
começo do relacionamento. Por exemplo, se eu tenho um namorado que começa a me
limitar em relação aos meus amigos, eventos sociais e pontuando em relação às
minhas roupas. Quando esse relacionamento evolui para um noivado ou casamento,
a situação pode se estender na vida conjugal. Então, é importante prestar
atenção aos sinais.
Vale ressaltar que
muitas pessoas acreditam que abuso psicológico só acontece nas camadas mais
baixas da sociedade e isso não é verdade. Há casos em que o companheiro
aparentemente era perfeito e tinha uma situação financeira boa e se transforma
nesse monstro.
O ideal é que, ao
se relacionar, a mulher busque conhecer a família, o comportamento do
companheiro, como ele era com os antigos relacionamentos, como era a conduta
dele em relação a outras mulheres. Pergunte como foi o término, atente-se como
ele é com a família, como se comporta, como é no profissional. Assim você passa
a conhecer um pouco sobre o comportamento e temperamento desse indivíduo.
Geralmente quem
pratica o abuso psicológico está mais caracterizado como abusador e
manipulador. Ele faz com que a vítima entenda e acredite que a culpa é dela.
Pois são usadas frases como “eu só fiz isso porque você me provocou”. Ou “se
você não tivesse feito isso, eu não teria feito aquilo”. A vítima vai sendo
envolvida e tendo esse prejuízo psicológico emocional. Ela se deprime e fica
buscando nela o porquê dele agir assim.
O trabalho do
psicólogo é fazer a mulher perceber e reconhecer que está vivendo isso. Existe
essa dificuldade de reconhecer que tudo que ela passa, mesmo sendo verbalmente,
constitui-se como violência. Isso causa danos emocionais, diminuição da
autoestima e prejuízo no desenvolvimento pessoal e profissional dessa mulher. O
sentimento dela é de estar acuada, humilhada e com medo. Existe um medo grande
dela sair desse relacionamento e/ou tomar qualquer atitude.
Os psicólogos
recebem e acolhem mulheres fragmentadas e desacreditadas, pois, como não
existem marcas físicas, seu discurso muitas vezes é desvalorizado. No processo
terapêutico, objetivamos reestruturar essa autoestima e desconstruir crenças
disfuncionais e ressignificar os fatos, buscando libertá-la do trauma dessa relação.
Em alguns casos, é preciso passar por um longo processo psicológico. É
importante mostrar que existe vida após o abuso e essa mulher merece e tem o
direito de ser feliz.
*Alessandra Augusto
é formada em Psicologia, Palestrante, Pós-Graduada em Terapia Sistêmica e
Pós-Graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental e em Neuropsicopedagogia e
voluntária no Projeto Justiceiras. É a autora do capítulo “Como um familiar ou
amigo pode ajudar?” do livro “É possível sonhar. O Câncer não é maior que você.
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