Terça-feira, 22 de outubro de 2019 - 13h10

A Energisa é agora a
companhia de eletricidade de Rondônia. Só que ela é de Cataguases, Minas
Gerais. Foi fundada em 1905 e hoje tem várias subsidiárias de energia elétrica
espalhadas por todo o Brasil. É uma empresa de ponta. A competência e o arrojo
em suas ações a credenciam para ser uma das melhores concessionárias desse
setor não somente no Brasil, mas no mundo inteiro. Já devia ter faturado por
diversas vezes o prêmio de melhor empresa para se trabalhar. As revistas Exame
e Época Negócios, assim como a Great Place to Work não cansam de rasgar elogios
ao desempenho, à correção, à competitividade e principalmente ao respeito às
draconianas regras e leis do mercado. Trabalhar na Energisa é um deleitoso
prazer. Seus sortudos funcionários e colaboradores não param de, com alegria,
enaltecer seu lugar de trabalho.
“Tudo aqui é feito com amor, humanidade, lisura e muita compreensão”,
dizem à boca larga os seus risonhos trabalhadores. Pensamento rotineiro dentro
da Energisa: com salários de primeiro mundo, vantagens pessoais inimagináveis e
infinitas outras regalias, não há como não se dedicar “de corpo e alma” a uma empresa “quase
santa” como essa. A Energisa comprou
a antiga Ceron por um preço justíssimo. O processo de privatização dos bens
públicos era um antigo desejo de toda a população rondoniense. Povo de sorte,
os políticos locais logo se encarregaram de fazer todo o processo andar. Por
isso, ninguém tem mais saudades da Ceron nem dos constantes apagões. Foram os
políticos de Rondônia que deram mais este “presente”
para o sofrido povo desse Estado. A Energisa talvez só perca em bondade e
credibilidade para essa mesma classe política.
Porém, é exatamente na relação com o público
consumidor que a empresa se destaca. Hoje, praticamente não há um só rondoniense
que não teça loas à sua empresa de energia. Toda a população foi beneficiada
com as tarifas sociais praticadas pela Energisa. Os contadores de luz,
devidamente regulados e aferidos dentro da lei, não deixam quaisquer dúvidas da
justeza dela. “Uma empresa assim deveria
ir para a Alemanha, Bélgica ou mesmo o Japão, a fim de prestar os seus
relevantes serviços”, é o que se comenta com frequência. Reclamação,
nenhuma. Insatisfação, nada. Além, do mais, foi a Energisa que ensinou aos rondonienses
os sinônimos de Capitalismo e privatização. Economia de energia passou agora a
fazer parte do cotidiano de muitas pessoas daqui. E isso é muito bom, pois a
natureza agradece. E tudo isso graças a quem?
A Energisa gosta tanto de Rondônia e de sua gente que incentiva até a liberdade de expressão. Parte da mídia chega também a enaltecê-la. Os jornalistas podem escrever o que quiserem sem ter que enfrentar tipo nenhum de censura ou cerceamento de opinião. A relação dessa empresa privada com os órgãos do Estado, no entanto, é de fazer inveja aos mais rotundos defensores do Neoliberalismo. A briosa Polícia Civil do Estado, por exemplo, sem muita coisa a fazer devido à escassez de violência nas cidades, foi uma aliada de primeira hora da companhia. Não raro, veem-se homens fardados acompanhando o trabalho de troca de contadores ou mesmo quando tiverem de cortar o fornecimento de luz. Outras reconhecidas instituições públicas como o IPEM e o PROCON também não mediram esforços para colaborar com a empresa privada. Será que ela não gostaria de comprar também a Caerd, os Correios e até o próprio Estado?
*É
Professor em Porto Velho.
Sábado, 15 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)
A linguagem não verbal para além da aula padrão
Qual é o tipo de comunicação que você transmite para os seus alunos? A sala de aula é um dos maiores desafios para os professores que não dá a mínim

Uso excessivo de telas impactam o desenvolvimento infantil
É cada vez mais comum vermos crianças, cada vez mais novas, expostas ao uso de telas. Além disso, o tempo de uso também está cada vez maior. Estudos

Quando nos deparamos diante de uma notícia de um acidente envolvendo avião, ficamos estarrecidos, pois, de forma geral, muitas vidas são ceifadas. S

Black Friday 2025 deve movimentar R$ 13 bilhões só no Brasil, diz ABCom
O Brasil se prepara para mais uma Black Friday com expectativas de faturamento recorde. Segundo projeção da Associação Brasileira de Comércio Eletrôni
Sábado, 15 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)