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Enchentes no Rio Grande do Sul: uma tragédia anunciada e a inércia governamental agravada pelo oportunismo político


Rubens Nascimento - Gente de Opinião
Rubens Nascimento

As recentes enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul não apenas expuseram as falhas estruturais e de planejamento do Estado, mas também revelaram uma face ainda mais sombria da política brasileira: o oportunismo eleitoral em meio à tragédia. Enquanto milhares de pessoas lutavam para sobreviver e reconstruir suas vidas, alguns políticos viram na crise uma oportunidade de ganho político, em vez de agir com empatia e eficácia.

Desde o início da crise, vimos políticos disputando espaço na mídia, lançando acusações uns contra os outros, em vez de se unirem em prol do bem comum. Em vez de coordenar esforços para fornecer ajuda rápida e eficaz às comunidades atingidas, muitos optaram por usar a tragédia como palco para suas agendas políticas pessoais, buscando se promover como salvadores em potencial, enquanto as vítimas sofriam sem assistência adequada.

Além disso, é preocupante notar que o Brasil, em meio a essa crise humanitária de proporções alarmantes, não buscou ajuda humanitária de outros países. Enquanto nações ao redor do mundo oferecem assistência em momentos de necessidade, o Brasil parece estar se isolando em um vácuo de burocracia e ineficiência. A recusa em buscar auxílio externo apenas agrava a situação das vítimas, privando-as de recursos e apoio adicionais que poderiam acelerar a recuperação e a reconstrução.

E, mesmo dentro do país, o apoio financeiro para o estado do Rio Grande do Sul está atolado em um caos burocrático, com promessas vazias e pouca ação concreta. Os políticos discutem números e orçamentos sem apresentar um plano claro e abrangente de reconstrução. Enquanto isso, as comunidades afetadas continuam à espera de assistência adequada, presas em um ciclo de incerteza e desespero.

Diante desse cenário desolador, é fundamental que a população exija responsabilidade e transparência de seus líderes. Os políticos que tentam tirar proveito eleitoral dessa tragédia devem ser responsabilizados por suas ações, e os esforços de socorro e reconstrução devem ser priorizados acima de interesses políticos mesquinhos.

Além disso, é hora de o Brasil abandonar sua postura de isolamento e buscar ajuda humanitária internacional. A cooperação internacional pode fornecer recursos adicionais e expertise necessária para acelerar o processo de recuperação e reconstrução.

Não ví uma mobilização de guerra das Forças Armadas para atuarem em conjunto no resgate de vitimas. Os batalhões de construção precisavam agir em cojnuto para a  restauração emergencial de pontes e acessos a comunidades isoladas. Empresários  colocaram estruturas em favor das vítimas, como helicópteros, caminhões  e alimentos, enquanto a estrutura governamental patina em meio a lama burocrática.

Não foi montado um plano estratégico, definindo prioridades, para acomodar as pessoas e salvar aquelas que precisam urgente de ajuda. Não é hora de se falar em reconstrução, as pessoas são a prioridade nesse momento. São crianças e idosos que necessitam de uma assistência imediata.

Onde estão as milhares de Ong,s que atuam no Brasil. Essa não é uma questão ambiental? Não foi uma catástrofe climática? Porque não vejo ninguém se manifestar?

Onde está o Greenpeace, ou o WWF? Pelo que sei, todos esses órgãos possuem escritórios no País. Porque o grande Dino, ministro da Justiça, não convoca todos esses organismos para que apresentem uma proposta da ajuda? Ele tem o endereço de todos, pois lá o Ministério está o cadastro. Tá aí uma ideia ou, será, que apenas as giravas e os rinocerontes mortos nas queimadas da Amazônia tem importância?

É necessário uma mobilização geral, com hospitais de campanha, remedidos e profissionais de todo o país para atender aos milhares de desabrigados, feridos, atacados por animais peçonhentos e contaminados pelas águas poluídas.

Chega a ser revoltante, quando vejo a mídia se digladiando sobre notícias sem fundamentos. Enquanto uns canais procuram mostrar o terror da tragédia e do sofrimento das pessoas, outros, por outro lado, tentam mascarar a coisa e potencializar as falas eleitoreiras de políticos oportunistas.

A tragédia do Rio Grande do Sul traz um alerta para que o Brasil.  Montar uma força tarefa de emergência para atender esse tipo de tragédia. São as enchentes, como aconteceu em Rondônia e  no Acre recentemente, as queimadas na Amazônia e no Pantanal, a seca no Nordeste , por exemplo.

Não existe um plano de contingência, previamente montado. Um protocolo de ação. O que se ver são atitudes isoladas de um lado que não conversa com outro. Tem que existir um órgão, com um excelente orçamento para ações emergenciais de atendimento humanitário e de infraestrutura emergencial para agir em caso de catástrofe, mas me parece que isso ainda vai longe. Serão necessárias ainda muitas mortes, como a tragédia de brumadinho que, até hoje, se arrasta sem que as vítimas tenham uma solução.

Em última análise, as enchentes no Rio Grande do Sul não apenas expuseram as deficiências do sistema político e de gestão do país, mas também destacaram a necessidade urgente de uma mudança de mentalidade e prioridades. É hora de colocar as necessidades das pessoas acima das agendas políticas e da burocracia, e trabalhar juntos, tanto dentro quanto fora do país, para ajudar as comunidades afetadas a se recuperarem e reconstruírem suas vidas.

Estou esperando esse dia!

 

Rubens Nascimento,

é Jornalista, Bel. Direito, M. Maçom e ativista do Desenvolvimento


* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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