Segunda-feira, 19 de agosto de 2019 - 09h37

Caminho
tranquilamente, passo a passo, para os oitenta anos, e estou numa esplanada, à
beira-mar, olhando o manso ondear das águas, do imenso oceano.
Longe,
vejo o mar verde – verde glauco, – beijando suavemente as areias morenas; e
mais além: barcaça, embrulhada em alva e diáfana névoa, esfumando-se rumo ao
horizonte.
Por
cima de tudo, rebrilha, esplêndido céu azul; azul intenso e fresco.
A
manhã é macia, quase sem brisa, convidativa a doce sonolência.
Lentamente…lentamente…muito
lentamente, dentro de mim, languidamente, tudo se vai esvanecendo…
Apaga-se
o leve murmúrio embalador do oceano; o sussurro alegre de vozes perdidas, e
risos escangalhados de crianças brincando.
Fecho
os olhos. Abre-se, na memória, saudoso recorte do passado. Estampado na retina,
vejo: cândido rosto de menininha:
Tem
faces trigueiras, cor de pão centeio, tostadinho; olhos fogosos e ternurosos;
lábios vermelhinhos, cor de cereja, cheios de risos festivos; epiderme,
acetinada, doirada, sedosa, fresca, cheia de Sol.
Era
ela; a garotinha que abria a porta da casa, quando era menino e moço.
Lançava
os frágeis bracitos, ao pescoço; circundava-me, a cinta, com as perninhas
roliças e finas; e, com infantil gesto carinhoso, lambuzava-me, as faces, de
doces beijinhos.
Beijinhos
húmidos, salivados. Beijinhos acariciadores, imbuídos de palavrinhas ternas, de
sincera e ingénua amizade.
Depois…depois,
pelo sombrio corredor, corria, balanceando a farta cabeleira, apanhada em
rabo-de-cavalo, avisando, alegremente, a minha inesperada visita.
A
saudosa cena familiar, que aflorou, arrancada à gaveta da memória, nesta serena
manhã de Verão, encheu-me, o coração de terna saudade; saudade do passado, que
passou, de passado, para sempre, perdido…; mas, intensamente, ainda vive,
dentro de mim.
……………………………………...................................................
Numa
tépida manhã de Maio, banhada de morna luz rosácea, parti…As lágrimas
escorriam-me pelo rosto, mal escanhoado, e a voz, embargada de saudade, tremia,
soluçando.
Acreditava
que o amor platónico, não teria fim…Enganei-me. Até a conversa epistolar,
extinguiu-se, como nuvem passageira…
Meio
século, passou… Passou a juventude e as ilusões…e passou, também, a amizade…
Eu
sei… eu sei (mas, queria não saber,) que a amizade, depende, quase sempre, da
idade, e da posição social, que se ocupa, no tabuleiro do xadrez da vida…
Muitas
vezes – para meu mal, – mergulho em melancólicos devaneios, recordando amorosos
episódios do passado. Transformo-os, então, em letra de forma. Servem-me para refletir:
nos enganos e desenganos, que tive ao longo da vida.
Sei,
ao passa-los ao papel, que são motivo de riso e galhofa, para insensíveis, e
para muitos e muitas, que conheci no meu triste peregrinar.
Revelar
o que nos vai na alma, é puro desconchavo. É que quem não pensa com a maioria;
de acordo com o desvario, que é moda, é: anátema ou bobo….
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