Quinta-feira, 31 de julho de 2025 - 16h37

Frequentemente, a
menstruação é associada à dor, desconforto e limitações. Por ser um processo
natural do corpo feminino durante a vida reprodutiva, muitas mulheres convivem
com esses incômodos sem buscar ajuda médica. “Mesmo com o acesso à informação,
não são raros os casos de mulheres que têm sua qualidade de vida comprometida
durante o período menstrual, seja por cólicas intensas, exaustão física ou
fluxo abundante. Apesar de ser um processo fisiológico comum, o conhecimento sobre
os sintomas é essencial para que a mulher consiga manter sua rotina com
bem-estar”, explica a ginecologista e mastologista pela UNIFESP, Dra. Morgana
Domingues, consultora da Biolab Farmacêutica.
Na maioria dos casos,
a oscilação hormonal é a principal causa desses desconfortos. O ciclo
menstrual, que pode durar de 21 a 35 dias, envolve diferentes fases no corpo
feminino. É no período pré-menstrual que os sintomas mais intensos costumam
surgir, devido à queda dos hormônios estrogênio e progesterona. “O autoconhecimento
é uma ferramenta fundamental. A forma como cada mulher sente e lida com o ciclo
é individual, por isso é importante monitorar todas as fases para identificar
quais sintomas aparecem e em que momento. Assim, é possível buscar ajuda médica
e encontrar o tratamento mais adequado à sua realidade”, orienta a Dra.
Morgana.
Outro fator que
merece atenção é o fluxo menstrual intenso, que pode evoluir para quadros mais
graves. A condição conhecida como Sangramento Uterino Anormal (SUA) afeta cerca
de 40% das mulheres no mundo, segundo a Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). A especialista destaca que identificar o
volume exato do sangramento pode ser difícil, mas um indicativo é a frequência
com que a paciente precisa trocar o absorvente ou o coletor menstrual.
“Em um ciclo
considerado normal, a perda sanguínea gira em torno de 70 a 80 ml. Nos casos de
sangramento intenso, esse volume pode chegar ao dobro. Entre os indicativos que
podem ser observados pela paciente é o vazamento na roupa, além da troca
excessiva de absorventes em um curto período de tempo, de 2 a 3 horas. A
necessidade de troca à noite e a perda de coágulos em grande quantidade também
são sinais de alerta. Além disso, é importante observar por quantos dias a
menstruação se prolonga. Segundo a Febrasgo, o sangramento não deve ultrapassar
oito dias. A perda excessiva de sangue leva à deficiência de ferro e,
consequentemente, à anemia, caracterizada por cansaço constante e outros
impactos na saúde”, alerta a consultora da Biolab.
Mas afinal, quando é
hora de procurar ajuda? A Dra. Morgana reforça que qualquer mal-estar que
interfira na qualidade de vida da mulher deve ser avaliado. “Em casos mais
leves, o médico pode recomendar a prática de atividades físicas respeitando os
limites do corpo, além do uso de anti-inflamatórios. O tratamento com
contraceptivos hormonais também apresenta bons resultados, alguns sendo, até
mesmo, indicados em bula na redução do sangramento uterino anormal, como por
exemplo um regime quadrifásico e o uso de DIUs”, explica a ginecologista.
Ela conclui
destacando a importância do acesso à informação e às opções de tratamento
adequadas à realidade de cada paciente. “Respeitar o ritmo de cada fase e
acolher as suas necessidades não precisa ser sinônimo de sofrimento. As
mulheres têm, hoje, ferramentas para manter a autonomia sobre as decisões que
envolvem seu corpo, buscando alternativas que ofereçam conforto e bem-estar
durante todas as fases do ciclo menstrual”, finaliza a Dra. Morgana Domingues.
Referências:
1 - Leon-Larios, F.,
Silva-Reus, I., Puente Martínez, M.J. et al. Influence of menstrual pain and
symptoms on activities of daily living and work absenteeism: a cross-sectional
study. Reprod Health 21, 25 (2024). https://doi.org/10.1186/s12978-024-01757-6.
Disponível em:
https://reproductive-health-journal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12978-024-01757-6?utm_source=chatgptideas.com#citeas
2 -
https://www.nhs.uk/conditions/periods/fertility-in-the-menstrual-cycle/
3 - Jazz Robinson,
Amy Ferreira, Marina Iacovou, Nicole J Kellow, Effect of nutritional
interventions on the psychological symptoms of premenstrual syndrome in women
of reproductive age: a systematic review of randomized controlled trials,
Nutrition Reviews, Volume 83, Issue 2, February 2025, Pages 280–306,
https://doi.org/10.1093/nutrit/nuae043. Disponível em
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11723155/
4 -
https://www.febrasgo.org.br/images/pec/Protocolos-assistenciais/Protocolos-assistenciais-ginecologia.pdf/Sangramento-uterino-anormal.pdf
5 -
https://consultas.anvisa.gov.br/#/medicamentos/660375?numeroProcesso=25351368550200952
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