Terça-feira, 11 de fevereiro de 2025 - 10h50
O modelo de economia circular pode ser considerada uma estratégia eficaz para reduzir o desperdício, maximizar o uso de recursos e promover uma produção mais sustentável. Além de contribuir para a preservação ambiental, a adoção desse modelo auxilia para a preservação ambiental e fortalecimento da indústria de biocombustíveis brasileira, inserindo o pais em um novo ciclo de desenvolvimento verde e sustentável.
A economia circular, ao contrário do modelo linear tradicional, busca transformar resíduos e subprodutos em recursos valiosos. Na indústria de biocombustíveis, esse conceito é particularmente relevante. O biometano, por exemplo, é produzido a partir de resíduos orgânicos urbanos e agrícolas, transformando aquilo que antes era desperdício uma fonte de energia limpa renovável. Da mesma forma, o biodiesel o Diesel Verde podem ser produzidos a partir de óleos vegetais, gorduras animais e resíduos da indústria alimentícia, fechando o ciclo e reduzindo a pressão sobre os recursos naturais.
Esse processo evita a poluição causada pelo descarte inadequado de resíduos e colabora para a redução das emissões de gases de efeito estufa, como o metano um dos principais responsáveis pelo aquecimento global.
No entanto, para implementar a economia circular em larga escala na indústria de biocombustíveis, o Brasil precisa enfrentar alguns desafios. A coleta e 0 processamento de resíduos são complexos e exigem uma infraestrutura robusta, especialmente em um pais com dimensões continentais. Além disso, é necessário investir em pesquisa e desenvolvimento para aprimorar as tecnologias de produção de biocombustíveis a partir de resíduos e maximizar a eficiência desses processos.
Outro desafio importante é a necessidade de politicas públicas que incentivem a adoção de práticas circulares.
Embora o programa Combustível do Futuro represente um grande avanço para descarbonizar a matriz de transportes e mobilidade, ainda há espaço para expandir os incentivos a tecnologias circulares e promover parcerias entre o setor público, privado e a sociedade civil, de modo a garantir que a transição para uma matriz energética circular seja sustentável e eficiente.
Esse movimento pode levar o Brasil, que já possui um vasto mercado de biocombustíveis, a um novo patamar de competitividade e sustentabilidade. Para isso, instituições como a Embrapa e o BNDES terão um importante papel para financiar pesquisas e desenvolver novas tecnologias e facilitar acesso a créditos e incentivos. Isso cria uma janela de oportunidades para o Brasil se tomar um exportador de tecnologias e combustíveis sustentáveis, contribuindo para a descarbonização mundial e fortalecimento da economia nacional, à medida que avançamos na transição para uma economia verde e circular.
Com o programa Combustível do Futuro, o Brasil está lançando as bases para um modelo de desenvolvimento que alia crescimento econômico a responsabilidade ambiental. Portanto, o futuro da indústria de biocombustíveis brasileira passa, inevitavelmente, pela economia circular.
*J. A. Puppio é empresário e autor do livro “Impossível é o que não se tentou”.
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