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Saúde não é caso de polícia


Saúde não é caso de polícia - Gente de OpiniãoSaúde não é caso de polícia - Gente de Opinião
O Sistema de Saúde Pública, apesar de sua notável concepção, sofre de um problema crônico que é o da sua gestão. O governo - e o dizem todos os notáveis especialistas em economia e administração- é em todo mundo, na maioria das vezes, um mau gestor e a própria saúde é uma prova disto. No entanto, se, com todos os problemas, o SUS não é o ideal vale ainda a máxima de que ruim com ele, pior sem ele. E, infelizmente, o posicionamento e a atitude tomada pelo atual governo Confúcio Moura não o fortalece ao propor não soluções para os problemas, mas, sua substituição por uma “privatização” cujos interesses estão longe dos interesses públicos. O pior é que até para se comentar sobre o sistema público de saúde brasileiro é preciso ter cautela na medida em que, se falamos sobre o seu funcionamento ruim, acabamos alimentando os que desejam detonar a assistência médico-hospitalar à população mais humilde sem deixar nada no lugar. E a verdade é que, se aceita a proposta das organizações não governamentais tomarem conta de setores essenciais (contra a letra da Constituição Federal) os mais pobres sem acesso a políticos ficarão, definitivamente, alijados do sistema.


 

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A justiça da greve

Gente de OpiniãoAo visitar na sexta-feira (4) as obras do presídio regional de Ariquemes, o governador Confúcio Moura concedeu entrevista sobre a greve dos servidores da saúde afirmando que “É inoportuna e fora de hora, justamente, num momento e que o governo está empreendendo um esforço enorme para melhorar o atendimento nos hospitais, principalmente os serviços de urgência e emergência”. Não deixa de ter razão o governador. A greve é inoportuna, mas, é também resultado de que, passado mais de um ano de sua posse depois de ter prometido dar um jeito na saúde, tudo continua como antes no quartel de Abrantes e com a denominada “Operação Termópilas”, em que seu auxiliar, o adjunto da saúde foi preso, escancarou-se uma enorme vazão de recursos públicos do seu governo e se esvaiu a formula privatista que o governo defende. Infelizmente, o governador não vê que a greve é fruto de sua política e ótica inadequada em relação à saúde pública. Neste sentido, a posição do presidente da Assembleia, Hermínio Coelho, é muito mais coerente ao solicitar que haja dialogo.

É verdade, no entanto, que, apesar das pessoas simples saberem que o atendimento no campo da saúde pública, além de precário é difícil de funcionar isto não se deu por acaso. O sistema passou anos a fio por um explícito sucateamento não se sabe se para tornar a saúde explicitamente um negócio ou por entenderem erroneamente que a maioria da população brasileira tem condições de custear planos privados de assistência médico-hospitalar. A gestão da saúde se tornou cada vez pior mais ainda com as tentativas em diversos estados de se tirar proveito inconfessável da privatização que cheira a putrefata, escandalosa e desvairada corrupção. Quem mais sofre com isto, sem dúvida, são os profissionais da área de saúde que prestam serviço em hospitais e postos públicos e vivem assustados e perplexos com o crescimento da violência e das agressões verbais e físicas, que têm sofrido por parte da clientela angustiada com as filas cada vez mais longas. Só sofre mais do que eles o cidadão destratado e abandonado à própria sorte por falta de políticas públicas eficientes, pois, já chega aos hospitais e postos insatisfeito com a sua condição de vida e, portanto, sem disposição para enfrentar as demoradas filas, muitas vezes carregando filho doente nos braços, sem ter nem para quem apelar e, muitas vezes, quando tratado não tem nem como comprar os remédios ou ter acesso aos exames que receitam aos montes. Assim invés de se tomar, como primeira providência, a iniciativa de tentar inibir a violência contra os profissionais de saúde com a solicitação de policiais, a medida mais recomendada seria a elaboração de uma pauta de discussão e um pacto para um atendimento mais competente na área da assistência pública de saúde, capaz de contribuir para a aproximação de médicos e enfermeiros e atendentes das sofridas comunidades periféricas. O governador, um homem bem intencionado e benevolente, talvez mau assessorado, vez por outra tem estes rompantes de colocar delegados ou militares para resolver problemas sociais o que somente pode piorar as questões. Crises exigem tolerância e diálogo e não atitudes radicais e impositivas em especial quando numa área tão nevrálgica em que as soluções são sempre de longo prazo.

 

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Momento para rever os conceitos

Gente de OpiniãoInfelizmente, e diga-se de passagem não somente em Rondônia, as autoridades responsáveis pela administração da saúde pública não engendraram até agora um plano de efetiva assistência médica preventiva, da qual fizesse parte a visita rotineira de agentes de saúde aos lares humildes de uma nação marcada por tanta desigualdade.Com certeza, se houvesse o Brasil investido mais profundamente no médico de família, aproximando os profissionais de saúde das periferias necessitados, não assistiríamos às revoltantes (e desumanas) filas e já teríamos construído as bases de uma assistência médico-hospitalar de caráter mais preventivo e, portanto, mais eficiente, abrindo perspectiva para que profissionais de saúde e pacientes se respeitem e convivam melhor sem a utilização clientelista e oportunista dos interesses político-partidários, que se atém a parte curativa como fonte de palanque eleitoral e obtenção de votos.

É bom que o governador, com todos os problemas, seja otimista e afirme que “Vamos superar, mas, não podemos atender tudo o querem por absoluta impossibilidade de pagar”, disse referindo-se a reivindicação de reajuste salarial que em alguns casos ultrapassa os 20%. Possivelmente não tem mesmo como, porém, precisa dialogar e não ameaçar com o uso da força policial para combater a sabotagem que está sendo praticada por servidores em  greve dentro dos hospitais como dizem que existe no Pronto Socorro João Paulo II, quando no Hospital de Base, onde, supostamente, grevistas se recusariam a acomodar em camas pacientes que estão ‘internados’ em cima de macas.

Que o governo lance mão do apoio de policiais e bombeiros militares para atender à população, se preciso for, mas, que converse e escute o clamor dos setores da saúde que são contra a privatização e exigem melhores condições de vida e de trabalho. Não adianta apenas impor e punir quando as condições de trabalho são as piores possíveis e o mesmo diretor-geral do HB, Jean Negreiros, que decidiu solicitar o apoio da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros para realizar a transferência de pacientes do Pronto Socorro João Paulo II, e abriu processo administrativo contra 12 funcionários da recepção que deixaram pendentes cerca de 62 exames previamente agendados por estarem em greve, é o primeiro a reconhecer que não possui as condições mínimas exigidas para administrar de forma correta aquela unidade de saúde o que comprova que a questão está além dos funcionários e reside na falta de planejamento e de autonomia dos hospitais para gerir os recursos necessários ao seu funcionamento. Muitas vezes os profissionais de saúde se queixam da falta de coisas mínimas como, por exemplo, algodão e álcool. Está na hora do governador conversar com os diversos setores da saúde e rever seus conceitos sob pena de passar seu mandato numa eterna crise do setor.


 

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