Uma coluna sem papas na língua 27/01/11

Nova legislatura

A Assembléia Legislativa do Estado abre os trabalhos da nova legislatura, dia 1º de fevereiro - na semana que vem, portanto - já realizando na sua primeira sessão a eleição da nova mesa diretora. A assessoria de imprensa trabalha no credenciamento dos jornalistas, o cerimonial ultima a organização da solenidade, cuja maior expectativa é a eleição do novo presidente da Casa de Leis.

Jogo de estratégia

Na disputa pelo comando da casa de leis, a oposição se une em torno de Valter Araújo e a base aliada do governador Confúcio Moura, ao nome do deputado Jesualdo Pires. O representante trabalhista tenta manter a vantagem inicial estabelecida, o parlamentar socialista garante que equilibrou a peleja e já fala em virar o jogo. Teremos lances emocionantes na reta final.

Na articulação

Jogam na articulação de Valter Araújo, pulando cirandinha o ex-governador Ivo Cassol, o ex-presidente da Assembléia Legislativa Carlão de Oliveira e o ex-senador Expedito Junior. Adversários até um passado recente, os três tem se reunido a beira do Rio Mequéns, na fazenda do ex-governador para ganhar a parada. São adversários temíveis, articuladores astuciosos – ainda mais reunidos no mesmo bloco.

Reforma política

A OAB intensifica sua cobrança perante o Congresso nacional exigindo uma reforma política. A entidade defende no bojo da mudança o fim do voto de legenda, cujo mecanismo eleitoral permitiu a eleição de parlamentares na com poucos votos nas eleições do ano passado na esteira da votação do palhaço Tiririca.

O leão Municipal

O leão municipal – leia-se a secretaria da Fazenda - do prefeito Roberto Sobrinho veio faminto na temporada de 2011. Os carnês de IPTU já foram distribuídos pela municipalidade com um aumento considerável para os proprietários em algumas regiões da cidade. A coisa pode ser amenizada se os contribuintes usarem o desconto programado até o próximo dia 31.

Municipalismo

A Confederação Nacional dos Municípios – CNM acaba de se posicionar contrária ao reajuste do salário mínimo superior aos R$ 545,00. A entidade justifica a medida alegando que isso decretaria a falência dos municípios com o impacto gerado nas folhas de pagamento e que a maioria deixaria de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Interessante que quando o aumento é para deputados pode, né?

Uma ameaça

O governador Confúcio Moura tocou num assunto que já aflige Rondônia há mais de duas décadas: o geometrico aumento do rebanho de búfalos no Vale do Guaporé já beirando um milhão de cabeças. Se a febre aftosa chegar à região – e não é difícil por causa da divisa com a Bolívia, país onde a doença não conta com os devidos cuidados sanitários  – teremos nosso rebanho bovino seriamente ameaçado.

 

Do Cotidiano

Os nossos aqüíferos

O Brasil é um dos países gigantes em extensão territorial. Apenas Rússia, Canadá, China e EUA apresentam territórios maiores. Não é incomum que por aqui haja muita coisa também grande além do território. É um dos maiores mercados internos do planeta, e isso tem sido uma âncora para resistir à crise. Mas também é um dos maiores em desigualdades sociais, entraves burocráticos, carga tributária e mortalidade infanto-juvenil.

Já tivemos o maior estádio do mundo (Maracanã), a maior hidrelétrica do mundo (Itaipu) e muitos ainda acreditam que o nosso é o melhor futebol do mundo. Até recentemente, tínhamos o justificado orgulho de contar com o Aquífero Guarani, o maior ou um dos maiores do mundo, dependendo do critério de avaliação, pois esse negócio de medir volume de água é tarefa complexa e demorada. E sequer tínhamos certeza dessa imensidão quando se anuncia que o Aquífero Amazônia (a reserva Alter do Chão) pode conter cerca de 86 mil quilômetros de água potável, com chances também de vir a ser considerado o maior do mundo.

Se, porém, serão necessários vários meses de estudos até chegar a uma definição mais precisa do volume de água oferecido pelo Aquífero Amazônia, para estímulo e orgulho ao caráter nacional, já está comprovado que o Brasil é, vergonhosamente, o maior do mundo em consumo de agrotóxicos.

Na última safra, o País consumiu ao redor de 700 milhões de litros de veneno, aplicados em 50 milhões de hectares, equivalente a 14 litros por hectares, que, desgraçadamente, vem a ser também a maior média do mundo.  

Isto significa que as regiões produtoras de soja são aquelas que mais sofrerão com suas consequências, uma vez que os agrotóxicos são produzidos a partir de petróleo e de químicos não degradáveis. Depois de aplicados, eles permanecem na natureza, matando a biodiversidade.

Além de afetar a fertilidade natural do solo, contaminam o lençol freático e a qualidade das águas da chuva: os venenos secantes evaporam para a atmosfera e depois regressam com a chuva. Afetam também a qualidade dos alimentos, que quando ingeridos sistematicamente podem causar destruição das células e resultar em câncer. 

Com justo orgulho podemos afirmar que temos no conjunto dos nossos aquíferos as maiores reservas de água doce do mundo.

Via Direta

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Fonte: Carlos Sperança - csperanca@enter-net.com.br
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