Quarta-feira, 24 de junho de 2009 - 18h25
A audiência pública promovida pela Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia, realizada no último dia 22 de junho, com o objetivo de discutir o setor de pesquisa e produção propondo inovações tecnológicas nas áreas de renda e produção de alimentos foi, sem dúvida, muito mais importante como forma de levantar alguns problemas relevantes da Ciência e da Tecnologia em nosso Estado. Em particular o Doutor José Francisco de Carvalho Gonçalves do INPA e o coordenador de Pesquisa da Unir, Alexandre Pacheco, e o prefeito de Ariquemes, Confúcio Moura, tocaram em pontos essenciais para o futuro do setor.
Indubitável é a constatação, citada nas palestras, de que só a Universidade de São Paulo tem mais doutores de que toda a região Norte o que explica, principalmente quando se correlaciona um maior Produto Interno Bruto-PIB ao fato de se ter mais doutores, para, em parte, explicar nossas agruras que se deve também à própria inexistência de uma rede de Ciência e Tecnologia consolidada, bem como à baixa governança regional que, por si só, é um grave problema de ciência. Afinal quem não valoriza o saber também não o utiliza- esta a constatação que se agrava por mesmo existindo boas pesquisas também ficarem sem divulgação e sem utilização. No meio disto uma reivindicação que é impostergável: a criação de nossa fundação de pesquisa que já virá com bastante atraso.
È claro que criar uma fundação de pesquisas não resolve o problema. Porém, pelo menos, cria uma maior institucionalização, cria uma burocracia que, até para sobreviver, terá que lutar por mais verba e mais espaços, mais recursos. Como foi acentuado no evento é certo que melhorou ultimamente muito a quantidade de mestres e doutores em Rondônia mercê de um esforço real da Universidade de Rondônia. Também é verdade que a pesquisa e a conquista de editais não caminham na mesma proporção. Uma das razões é, justamente, a falta de estímulos que incluem baixos salários, bem como a falta de oportunidade para melhorá-los por meio de projetos. Os editais, por exemplo, criam mais obrigações e representam, com poucas exceções, pouca possibilidade de reconhecimento e de maior ganho o que não estimula muito os doutores. Também é desestimulante ser julgado e ter seus trabalhos julgados por padrões que são feitos de cima para baixo sem considerar, como acentuado pelo prefeito de Ariquemes, que nossas universidades carecem das coisas mais elementares, em termos estrtuturais, a ponto de faltar papel, pincel atômico e, algumas vezes, até papel higiênico. Imagine um doutor ter que gerir prestações de contas quando seu problema é querer fazer seu trabalho científico? É o fato de não termos instituições fortes que exige muito mais de quem está aqui. Porém, a Amazônia não poderá ter desenvolvimento sem criar sua própria ciência e seu próprios pensadores e isto é o papel da universidade.
Fonte: Sílvio Persivo
silvio.persivo@gmail.com
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