Sexta-feira, 18 de agosto de 2017 - 18h31
Silvio Persivo
A discussão trazida à baila pela Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária- FENAVEGA, no debate sobre a Hidrovia do Madeira, a Importância do Transporte Sustentável em Rondônia, Amazônia e Impactos pós-UHE’s, acontecido na sexta-feira, 18 de agosto, serviu para mostrar como a nossa realidade se encontra distante da nossa política. Embora contando com o apoio da ANTAQ-Agência Nacional de Transportes Aquaviários, num momento onde a questão da dragagem do Madeira assume um imenso relevo- até por estar atrasada e ser questionada pela forma como tem sido conduzida- é sintomática da falta de atenção as demandas públicas, em especial da Amazônia- a ausência de autoridades e de órgãos que não poderiam estar ausentes de questão tão relevante como é o caso do Ministério do Meio Ambiente, do IBAMA e do DNIT, entre outros.
Vale frisar que a Hidrovia do Tiete, a única de fato que merece o nome, segundo foi mencionado nos debates, possui, no máximo, embarcações que transportam cerca de 7 mil toneladas, enquanto no rio Madeira já transita o 2º maior comboio do mundo, com capacidade de 32 mil toneladas, o que corresponde a 20 balsas e ao que transporta 1.300 carretas, e já está autorizado o uso de comboios que irão transportar 50 mil toneladas. É importante também acentuar, como disse o presidente da FENAVEGA, Raimundo Holanda, que, apesar de se transportar anualmente 13 milhões de toneladas de cargas, quando é possível, no mínimo, dobrar esta quantidade, “Nós não temos uma hidrovia”. Sim, o rio Madeira, pela falta de atenção, pela falta de investimentos, de uma política pública de aproveitamento de nossos caminhos fluviais, não é senão um rio navegável com toda a sua importância para a região.
De fato, o que o debate demonstrou amplamente é que há a necessidade vital de se transformar o rio Madeira, efetivamente, numa hidrovia. E, foi dito, e muito bem dito, que é um mito opor o transporte fluvial ao rodoviário. Ambos se complementam e, como também se sabe, é indispensável que haja a integração multimodal, inclusive com a implantação da Ferrovia da Soja-Porto Velho/Sapezal, uma forma eficiente e rentável de escoar a soja do Mato Grosso. É indubitável também que as questões pós-UHE’s, como a do desbarrancamentos e das toras, não podem ser, como estão sendo, descuidadas com enormes prejuízos para a navegação e para as cidades, empresas e cidadãos atingidos. Do questionamento não escapou nem mesmo o fato de que até mesmo a dragagem, da forma que está sendo feita, se será uma solução ou um mero paliativo. Uma coisa, porém, ficou evidente: não se pode continuar impassível diante da falta de soluções dos problemas que que o rio Madeira vem atravessando. A questão não é apenas econômica. É uma questão, como a da conclusão da BR-319, que entrava o nosso futuro. Rondônia e a Amazônia são dependentes dos caminhos, sejam os das terras ou das águas, e não se pode, como se tem feito, emperrar a vida de milhares de pessoas em nome de interesses distantes, e obscuros, enquanto nós sofremos na pele o descaso e a desatenção do poder público aos nossos problemas.
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