Domingo, 2 de dezembro de 2012 - 16h01
Silvio Persivo (*)
Com a abertura realizada pela Reitora da Universidade de Fortaleza-UNIFOR, Fátima Maria Fernandes Veras, pelo Presidente da Fundação Alexandre Gusmão-FUNAG, Embaixador José Vicente de Sá Pimentel, a Autoridade Olímpica, Marcio Fortes e a Vice-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UNIFOR, Lilia Maia de Morais Sales, a Conferência Sobre Relações Exteriores-CORE, em Fortaleza, durante os dias 29 e 30 de novembro último, discutiu assuntos relevantes para o País como os megaeventos, cultura e diplomacia, a crise econômica e as perspectivas para o Brasil, os desafios à paz e à segurança com a conseqüente necessidade de reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, meio ambiente, as perspectivas da multipolaridade e os caminhos para a cooperação entre a Academia e a Diplomacia, relação esta título, aliás, de excelente tese Embaixador Gelson Fonseca Júnior.
O objetivo do evento foi, efetivamente, alcançado com a presença maciça, durante os dois dias do evento, de diplomatas, representantes do governo, acadêmicos, formadores de opinião e estudantes que tiveram oportunidade de ouvir palestras sobre os principais temas da política externa brasileira, seguidas de debates. Uma pena a pouca cobertura dada pela imprensa à Conferência que será gravada e terá seu conteúdo convertido em livro, a ser publicado em 2013 pela FUNAG. Perde o público por não ter tido acesso a informações que, certamente, ajudariam muito a ter uma visão mais correta da cena das relações internacionais brasileiras e até mesmo de outros tipos de problemas internos, como a falta de investimentos, de reformas, de política para melhorar a competitividade e o bem estar de nosso País.
Não é sempre que se consegue reunir num mesmo local uma diversidade tanto intelectual, quanto geográfica, para discutir problemas brasileiros de uma forma surpreendentemente aberta, na medida em que se sabe que a diplomacia é muito reticente em externar suas opiniões. Porém, talvez, devido ao contraste, ressaltado pelo Embaixador José Pimentel, entre os que podem se dar ao luxo de pensar livremente e os que tem que agir, tenha tornado as palestras e os debates extremamente estimulantes. Contribuiu para o brilho do evento a feliz escolha de excelentes nomes para abordar os temas como são os casos do Embaixador Carlos Henrique Cardim, Marcio Fortes, Ministra Vera Cintia Alvarez, Cacá Diegues, Renato Baumann, Renato Galvão Flôres Junior, Embaixador José Viegas, Embaixador Valdemar Carneiro Leão, Embaixador Gelson Fonseca Junior, Embaixador Ronaldo Mota Sandenberg, Ministro Norberto Moretti, Ana Flávia Granja e Barros, Ministro Flávio Damico, Antonio Jorge Ramalho da Rocha, Conselheiro Fernando Pimentel, Ennio Candotti e o notável Embaixador João Clemente Baena Soares. Isto sem contar que, na platéia, despontavam nomes como o do professor e escritor Antônio Walber Muniz, o professor Doutor José Flávio Sombra Saraiva, a coordenadora do curso de Relações Exteriores do Amapá, Ioneida Cunha, o professor Manoel Coracy Sabóia Dias, que, com intervenções corretas, mostrou o quanto há de desconhecimento sobre a realidade amazônica, e o professor André Santos, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, lá no outro extremo, entre muitos outros.
Porém, se a diversidade e a polêmica estiveram presentes também ficou evidente que existem alguns consensos, como a emergência da China, que os Estados Unidos, mesmo perdendo poder, continuará a ser um player muito importante, que a crise européia ainda vai durar mais de cinco anos, que os BRICs vieram para ficar, que a globalização do futebol é um feito brasileiro e o esporte uma forma forte de posicionar o país na cena internacional, a constatação de que, embora econômicamente, o Brasil não tenha crescido, ganhou importância política no mundo, bem como que precisa, urgentemente, fazer o dever de casa. Neste sentido, a FUNAG fez seu papel ao dar uma excelente contribuição aproximando os acadêmicos e a diplomacia, mas, ficou também muito evidente que existe a falta uma política regional adequada, que é descoordenada, perdulária e pífia a execução governamental, bem como que se trata a questão da Ciência e da Tecnologia e a defesa de nossas reservas de uma forma distorcida e, para completar, puxando o fogo para a nossa sardinha, o Brasil não tem dado a atenção merecida à Amazônia.
(*) É Doutor em Desenvolvimento Sócio-Ambiental pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos-NAEA/UFPª e professor de Economia Internacional da Fundação Universidade de Rondônia-UNIR.
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