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Gente de Opinião

Silvio Persivo

A cachaça dança e rola em direção ao futuro


Silvio Persivo(*)

Li na imprensa que, por meio de acordo entre Brasil e Estados Unidos, a cachaça foi reconhecida como uma bebida genuinamente brasileira. Os produtores comemoraram o fato tendo em vista que os norte-americanos tem se tornado, nos últimos anos, um mercado promissor para a bebida, que ganha espaço com a maior participação do país no mundo. O Instituto Brasileiro da Cachaça, o IBRAC (http://www.ibrac.net/), acredita que vendida com seu verdadeiro nome, unicamente de cachaça, as vendas devem ser impulsionadas porque, atualmente, ela é vendida com o nome de Brazilian Rum, de vez que o rum também é feito com cana de açúcar, o que não permite diferenciar os dois destilados. Com o reconhecimento todo destilado com o nome cachaça no rótulo será brasileiro. Ou seja, é bem possível, que se acrescente aos símbolos brasileiros, além do futebol, do samba e da música, a cachaça, que deve passar a ser internacionalmente mais um ícone da nossa cultura.

É preciso acentuar que, até mesmo internamente, faz tempo que a cachaça deixou de ter a imagem negativa que se associava aos produtos de baixa qualidade e preço baixo, embora ainda continue a existir este tipo de produção, mas, a grande realidade tem sido o avanço das denominadas cachaças premium que são, cada vez mais, exemplos de sofisticação e de esmero na produção tanto que as melhores, que nada deixam a desejar em relação a qualquer outro destilado, são envelhecidas em bálsamo, uma madeira especial e que acabam também custando um preço mais elevado tendo em vista o tempo de envelhecimento. Talvez o melhor exemplo deste tipo de produção, ou as marcas mais badaladas, são a Havana e Anísio Santiago. Cachaças desta qualidade custam até mais do que os bons uísques estrangeiros, porém, existe uma infinidade de cachaças de boa qualidade com preços também que variam com a qualidade, a fama e o tempo de envelhecimento. Assim como o vinho, a cachaça tem que ser estudada para ser bem conhecida e existem bons especialistas no tema. Para quem quiser saber mais a respeito sugiro um sites especializados no tema, como o http://www.mapadacachaca.com.br/ou www.cachacariameninaboca.com.br, que trazem informações sobre a bebida de pessoas que estudam, gostam e vendem a bebida. Quem pesquisar um pouco na internet descobrirá até mesmo rankings da bebida feitos por especialistas. E verá que floresce também um mercado seleto que é o das cachaças artesanais.

A cachaça levou muito tempo para se tornar uma bebida respeitável, pois, é uma bebida antiga, com mais de 400 anos, e que somente agora, mesmo sendo responsável por 80% da produção de destilados do país, a capacidade de produção, segundo o IBRAC, é de 1,2 bilhão de litros, com mais de 4 mil marcas sendo fabricadas por mais de 40.000 produtores e, embora, a produção seja espalhada pelo país afora são os estados de São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais, Ceará e Paraíba que possuem um maior destaque em termos de mercado. E, tenham certeza, não é papo de bar, embora somente 1% da produção seja exportada, a cachaça brasileira tende a ser um destilado que ainda terá muito destaque no mundo. Muitos especialistas apostam que será a bebida que terá maior crescimento nas primeiras décadas do século XXI. Só falta ser tema de carnaval.

(*) é Economista com Doutorado em Desenvolvimento Sustentável pelo NAEA, escritor, poeta e professor de Economia Internacional e Planejamento Estratégico da UNIR. E-mail: silvio.persivo@gmail.com.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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